Diversas atitudes da artista Karol Conká desagradaram os espectadores e repercutiram negativamente nas redes | Reprodução | TV Bahia
Participante da 21ª edição do Big Brother Brasil (BBB) e campeã de rejeição em um Paredão, a rapper Karol Conká tomou atitudes na casa mais vigiada do país que reacenderam a discussão na internet sobre a 'cultura do cancelamento'.
A expressão cultura do cancelamento ficou conhecida há alguns anos na internet. Ela envolve a prática de tentar anular uma pessoa ou uma empresa através das redes sociais. Funciona da seguinte maneira: alguém percebe uma atitude que considera errada e publica uma crítica na internet; com isso os seus seguidores, influenciadores e outras autoridades podem reforçar a crítica e aumentar este alcance.
Com o aparecimento no BBB em rede nacional, diversas atitudes da artista Karol Conká desagradaram os espectadores e repercutiram negativamente nas redes sociais. Atitudes da cantora, principalmente com o Lucas Penteado, resultaram em uma série de denúncias, entre elas a de tortura psicológica.
A psicóloga Lúcia Rocha explica que o cancelamento tem um impacto muito forte na saúde mental da pessoa e que as consequências podem ser irreversíveis. "Essa 'cultura' que leva ao 'cancelamento' pode desencadear quadros de episódios depressivos, ansiedade e diversos outros transtornos mentais. Nos casos mais graves, é capaz de poder gerar um suicídio", alerta a psicóloga.
O diálogo é um caminho mais aconselhado do que o linchamento digital e o cancelamento imediato da pessoa que está sendo julgada pelos internautas. "As pessoas precisam entender que a conversa e o aprendizado são os melhores caminhos. Obviamente que isso não quer dizer que vamos deixar de criticar atitudes negativas, mas podemos fazer isso dando espaço para o outro entender que errou e ter a oportunidade de mudar", finaliza Lúcia Rocha.
Psicóloga Lúcia Rocha explica que o cancelamento tem um impacto muito forte na saúde mental | Foto: Divulgação
Estudo
Um estudo realizado durante três anos e divulgado em 2020 pela agência de publicidade Mutato observou como funciona a cultura do cancelamento nas redes sociais. Para isso, pesquisou os termos relacionados ao tema e acompanhou 5 personalidades que sofreram ataques.
Um dos dados do levantamento é que os humoristas foram a primeira classe a ser afetada, ainda em 2010. Desde então músicas, livros, filmes, cantores, atores, escritores, empresas, etc., passaram a ser julgadas pelos 'canceladores' nas redes sociais.
Além disso, outro ponto abordado no estudo realizado pela agência é que o Twitter é a rede social mais propícia para o surgimento de um 'cancelamento'.