O índice que mede o nível de movimentação econômica na cidade de Salvador (Imec) interrompeu o ritmo de recuperação que vinha se verificando em 2009 com uma queda de 1,6% em abril. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o desempenho permaneceu menor, em 2,9%. Este resultado pode comprometer a expectativa de um resultado positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) baiano neste segundo trimestre.
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), responsável pelo cálculo do índice, atribui o resultado à retração do setor industrial e do comércio exterior, bem como da desaceleração no ritmo de crescimento do comércio varejista. Outro fator, acrescenta o boletim técnico, é a ligeira elevação da taxa de desemprego em abril.
Apesar de o indicador dizer respeito apenas à cidade de Salvador, ele tem a importância ampliada pela importância que os resultados da capital têm na composição do desempenho econômico de todo o Estado. “O Imec ajuda a antever o que está por vir”, afirma o diretor de indicadores e estatísticas da SEI, Gustavo Pessoti, ressaltando que se trata de uma “pista”.
A interrupção da série positiva deve ser encarada como um alerta, avisa Pessoti. “De janeiro a março, estávamos nos recuperando na comparação com os meses anteriores”, lembra o economista. “O resultado de abril liga a luz vermelha”.
Por outro lado, pondera Pessoti, trata-se de um mês em que não haveria um fato que alavanque o desempenho da atividade comercial, antecipando a tendência de um resultado ruim na próxima Pesquisa Mensal do Comércio, com divulgação prevista ainda para o dia 16 de junho.
Para completar, o Imec também funciona como uma “pista” para o PIB da Bahia. “Indica uma tendência de estagnação, pelo menos em relação ao mês de abril”, analisa Pessoti.
Nacional – A mais nova publicação do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) sobre conjuntura econômica apresentou a tendência de que a economia brasileira comece a se recuperar apenar no segundo semestre deste ano.
O diretor de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do instituto, João Sicsu, acredita que a economia vai entrar nos eixos em um ritmo mais lento que o esperado. “O quarto trimestre de 2008 foi perdido, o primeiro de 2009 foi fraco e, no segundo trimestre, a recuperação está lenta”.
Segundo ele, apesar da o comércio ter se mantido relativamente estável, a indústria ainda sente a desaceleração.