O jornal britânico "The Sunday Times" informou em sua edição deste domingo que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) indicou o banco de investimentos britânico Lazards como consultor sobre suas opções para tentar superar a indiana Tata Steel na compra do grupo siderúrgico anglo-holandês Corus. Na sexta-feira, a direção da Corus anunciou ter aceitado a oferta de compra de US$ 8 bilhões feita pela Tata.
De acordo com o jornal, também estaria interessada no negócio a gigante siderúrgica alemã ThyssenKrupp. Os comentários, além disso, eram de que o grupo siderúrgico russo Severstal, outro possível interessado, estaria menos propenso a fazer uma oferta por estar ocupado com seu processo de abertura de capital em Londres.
No Brasil, a CSN informou apenas que não comentaria rumores de mercado - durante a semana passada, já havia circulado informação sobre uma possível oferta pela Corus. Já a ThyssenKrupp negou a possibilidade de uma oferta. ?Não estamos estudando uma proposta pela Corus?, disse um porta-voz da empresa. De acordo com o "Sunday Times", a Tata quase certamente se afastará do negócio se acontecer uma guerra de propostas.
Segundo o jornal, as especulações foram provocadas por comentários da Standard Life, que, com uma participação de 8%, é a maior acionista individual da Corus. A Standard Life disse: ?A oferta da Tata pela Corus é mais baixa do que esperaríamos que o conselho da Corus aceitasse e recomendasse.?
Outros investidores institucionais concordaram. Herve Mangin, gestor de fundos do fundo European Opportunities da Axa, disse: ?Acho que a oferta da Tata é baixa demais e que alguns outros operadores, como Severstal e CSN (e, por que não, a Thyssen), poderiam reagir.?
Mas, ainda segundo o jornal, qualquer oferta rival enfrentará um duro obstáculo com os gestores de fundos de pensão da Corus. Os administradores dos dois principais esquemas da Corus, que têm ativos - e obrigações futuras - de US$ 24,5 bilhões, mais de duas vezes o valor da empresa, concordaram em apoiar a oferta da Tata.
O porte das obrigações implica que a entidade reguladora de pensões poderia barrar qualquer proposta, a menos que o concorrente garanta o futuro dos fundos de pensão, ou tenha o apoio de seus gestores. Seu apoio só foi conquistado pela Tata depois de semanas de negociações delicadas com a administração da Corus e consultores financeiros da Tata - os bancos de investimento ABN Amro e Deutsche. A Tata concordou não só em cobrir o déficit de U$ 237 milhões, mas também em aumentar a taxa de contribuições da companhia por três anos.