O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) iniciou hoje, mas não concluiu, por causa de um pedido de vistas, o julgamento do impacto concorrencial da aquisição da empresa Del Valle México, fabricante dos Sucos del Valle, pela Coca-Cola e pela Femsa (engarrafadora da Coca-Cola). A operação, realizada no final de 2006, recebeu hoje um voto pela sua aprovação, mas com algumas restrições, que foi dado pelo relator do processo, conselheiro Luís Fernando Rigato.
Segundo o relator, considerando o mercado de venda de sucos prontos para beber e refrescos, que poderia ser impactado com a operação, o negócio não colocará em risco a concorrência do setor, seguindo, nesse ponto, o entendimento das secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae) e de Direito Econômico (SDE). O relator, no entanto, votou pela imposição de restrições às empresas como o ajuste da cláusula de não concorrência (entre os proprietários das compradoras e da vendedora) para que ela se restrinja ao mercado de sucos prontos para beber pelo prazo máximo de cinco anos.
A presidente do conselho, Elizabeth Farina, no entanto, pediu vista e disse que pedirá informações complementares às empresas sobre esse mercado. "Gostaria de uma instrução complementar porque não me sinto confortável em votar hoje pela imposição ou não de restrições sem dados mais precisos que apenas depoimentos", afirmou Farina, se referindo às informações prestadas às secretarias durante a instrução por outras empresas que exploram esse segmento.
Elizabeth Farina citou como exemplos de dados que pedirá a evolução de preços médios finais cobrados aos consumidores, nos últimos três anos, pelas marcas de sucos prontos para beber; a estrutura mais detalhada de venda e de distribuição dos produtos e a diferença entre preços do varejo e do atacado. A retomada do julgamento desse caso não tem data marcada.