São Paulo - Pesquisa realizada pela Fundação Procon com os dez maiores bancos que atuam no país mostrou que, um ano depois da entrada em vigor das novas regras de tarifas bancárias, é mais vantajoso para o correntista pagar por cada serviço para manter, movimentar e acompanhar as contas bancárias, do que adotar os pacotes padronizados oferecidos pelas instituições financeiras.
A pesquisa foi feita com as seguintes intituições: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.
Numa análise comparativa entre as duas modalidades, o Procon constatou uma diferença de 86,34%. Enquanto a média do serviço padronizado atingiu, em 30 de abril, R$ 20,05, a dos serviços separadamente foi de R$ 10,76. Essa economia só é possível, no entanto, se o cliente não ultrapassar os limites dos acessos gratuitos.
Mensalmente, o cliente tem direito aos seguintes serviços gratuitos: dez folhas de cheque, quatro operações de saques, duas retiradas de extratos nos terminais de auto-atendimento; duas transferências de valores. Além disso, ele não paga nada para consultar as movimentações pela internet ou pela compensação de cheques.
Os pacotes padronizados limitam a movimentação financeira ao uso do cartão. De acordo com as normas introduzidas em abril do ano passado pelo Banco Central, a modalidade também prevê a cobrança obrigatória da renovação do cadastro duas vezes por ano. O cliente tem direito a oito saques por mês; a quatro extratos referentes ao mês e dois referentes ao mês imediatamente anterior; e a quatro operações de transferências entre contas na própria instituição.
A técnica de defesa do consumidor do Procon, Cristina Rafael Martinussi, alerta o correntista para que avalie a modalidade mais favorável às suas necessidades. "O consumidor deve verificar que tipo de contrato ele assinou e procurar saber se o que está pagando é a melhor opção”, disse.
Para fazer a análise, a fundação Procon levantou os dados disponibilizados nos sites dos bancos, em 2 de abril deste ano e em 2 de outubro do ano passado. Além de comparar a diferença entre os serviços essenciais e o pacote padronizado, foi feita a comparação dos dois períodos. Em outubro do ano passado, o cliente dos serviços essenciais teve um gasto de R$ 11,05 e em abril deste ano, R$ 10,76.
A maior queda foi constatada no Banco Santander, que reduziu em 25,28% a tarifa média mensal pela renovação de cadastro e envio de talão de cheques, que passou de R$ 18,00 (em outubro de 2008) para R$ 13,45 (em abril de 2009). Em valores, a cobrança ainda lidera entre as dez instituições, empatando com o Banco Real, que diminuiu a tarifa em 0,37%, passando de R$ 13,50 para R$ 13,45.
A média das tarifas dos pacotes padronizados também caiu 6,13% no período pesquisado, passando de R$ 21,36 para R$ 20,05. À exceção do Unibanco, que reduziu a cobrança em 46,62% (de R$ 28,10 para R$ 15,00), os demais bancos mantiveram as tarifas estáveis. A maior foi verificada no Banco Real (R$ 27,00) e a menor, R$ 15,00, é a mesma fixada pela CEF, pelo Itaú e pelo Unibanco. Segundo a pesquisa, a diferença entre o maior e o menor valor cobrados chegou a 80%.