O desemprego em Salvador registrou, em novembro, o menor índice dos últimos 13 anos, ainda assim o percentual é o maior do País, 17,8%. Este foi o resultado da pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PED) divulgada, nesta terça. Na capital, foram criados 17 mil novos postos de trabalho no período. A indústria impulsionou o crescimento no volume de empregos gerados, 8 mil postos de trabalho. Em seguida, está a construção civil com 5 mil postos. Os números mostram uma retomada do crescimento após a crise, mas não o restabelecimento total da ocupação após a crise econômica de 2008.
A PED é realizada na Bahia pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI). O diretor geral da SEI, Geraldo Reis, destacou a evolução da capital baiana nos últimos doze meses. “Em comparação a novembro do ano passado, somos a capital que mais reduziu o desemprego”, declarou durante a apresentação da pesquisa.
Entre novembro de 2008 e novembro de 2009, Salvador reduziu em 40 mil pessoas o número de desempregados, uma queda de 10,6% na taxa total de desemprego na região. “Nosso maior índice de desemprego foi registrado em junho de 2003, quando aproximadamente um terço da população estava desempregada”, comentou a coordenadora da pesquisa, Ana Margareth Simões.
“Nosso índice de desemprego ainda é alto, mas nossa evolução no último ano é ainda melhor”, comentou a diretora de pesquisas da SEI, Thaiz Braga. De acordo com ela, a recuperação dos postos de trabalho após a crise econômica do ano passado não deve ser rápida. “Em novembro do ano passado, ainda não havia o impacto da crise sobre os empregos da indústria e a pesquisa mostra que o déficit continua de aproximadamente quatro mil postos de trabalho“, destaca.
Recuperação - A retomada destes postos deve se dar nos primeiros meses de 2010, tanto para a indústria como para a construção civil, período em que, naturalmente, há um crescimento nas contratações. Para dezembro, a expectativa não é positiva já que no período, historicamente, o volume de contratações costuma ser baixo.
Setor que também deve voltar a contratar em janeiro é o comércio. Em novembro, houve uma pequena queda nestas contratações. “Normalmente as vagas para o final de ano são ocupadas em outubro, em janeiro as contratações voltam a acontecer impulsionadas pelo Carnaval“, avalia a superintendente de desenvolvimento do trabalho da Bahia, Maria Thereza Andrade.
De acordo com ela, de outubro para novembro o Sine-Bahia cadastrou 120 mil vagas no Estado e intermediou a ocupação de 58 mil pessoas no mercado de trabalho. “Muitas destas vagas são ocupadas por outros meios, daí a diferença entre a disponibilidade de vagas e de pessoas recolocadas”, explicou.
A PED demonstrou, ainda, que houve crescimento no número de trabalhadores autônomos ou sem carteira assinada. “Quando a crise atingiu nossa economia, estes foram os primeiros postos a serem desocupados, agora a retomada traz impactos para estes trabalhadores também”, avalia Ana Georgina, do Dieese.
O serviço doméstico emprega pouco menos que a indústria, ele representa 7,4% dos postos de trabalho ocupados, mas este percentual já chegou a 11%, enquanto o industrial gira em torno dos 8% na Região Metropolitana de Salvador. “O emprego doméstico está em queda, motivado pela nova organização das famílias”, avalia o analista da SEI, Luiz Chateaubriand.