O dólar encerrou a quinta-feira em alta depois de o Banco Central atuar duas vezes no mercado em um dia de ajustes, dando espaço para a divisa ganhar força após quatro sessões seguidas de queda nesta semana.
A moeda norte-americana subiu 0,73 por cento, sendo vendida no final a 2,193 reais.
Às 14h30 a autoridade monetária informou a venda de 28.500 contratos de swap cambial reverso, em um leilão que movimentou 1,35 bilhão de dólares. Segundo o BC, a operação, que não era feita desde abril, tinha como objetivo a rolagem de contratos de swap reverso que vencem em 1o de agosto.
No correr da tarde, o BC voltou ao mercado para realizar leilão de compra de dólares, aceitando apenas três propostas a taxa de corte de 2,192 reais.
"Essa alta já era esperada porque houve um assentamento de situações, o corte na Selic, a compra do BC... É um movimento natural de acomodação em relação aos últimos dias de queda", afirmou o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Vanderlei Arruda.
De segunda-feira até a quarta-feira, o dólar registrava recuo de aproximadamente 2 por cento, apesar da cautela com a inflação nos Estados Unidos e os conflitos geopolíticos no Oriente Médio.
O novo discurso do chairman do Federal Reserve nesta quinta-feira não afetou o curso do câmbio, que desde a abertura seguia em alta moderada. Ben Bernanke voltou ao Congresso para completar sua avaliação semestral da economia dos Estados Unidos, repetindo as preocupações com os riscos inflacionários e o crescimento da economia.
Ainda na agenda econômica do dia, o superávit em conta corrente do Brasil ficou em 640 milhões de dólares em junho, frente à previsão de aproximadamente 1,4 bilhão de dólares.
Na véspera, o Copom anunciou corte de 0,5 ponto percentual na Selic, medida amplamente aguardada pelos mercados.