Os fiscais federais agropecuários irão retomar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (24). O comando nacional de greve da Associação Nacional dos Fiscais Federais (Anffa) recusou a proposta formal enviada ontem pelo governo para a reestruturação salarial e de carreira da categoria. Apesar da decisão do comando nacional, a proposta ainda será submetida às bases, mas o vice-presidente da Anffa, Wilson Roberto de Sá, afirma que "é certeza de que retomaremos a greve na semana que vem".
A proposta enviada ontem pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, não contempla uma das principais demandas dos fiscais, que é a alteração do piso salarial. No documento, o governo se compromete a conceder reajuste salarial de 12,49% em três anos, ou 4% ao ano nos meses de julho/08, julho/09 e julho/10. A categoria reivindica elevação do piso salarial de R$ 2.742 para R$ 5.152 e do teto, que atualmente é de R$ 4.821, para R$ 8.100.
Ontem à noite, o ministério divulgou nota comunicando que dará início ao treinamento de 185 fiscais em 13 unidades operacionais de fiscalização em portos, aeroportos e postos de fronteiras em oito Estados (RS, PR, SC, SP, RJ, AM, PA, ES) a partir do dia 27.
Estratégia"Também teremos nossa estratégia, porque sabemos que o governo está deslocando fiscais novatos para treinamento para atuarem nos portos e postos de fronteiras, mas nosso trabalho envolve mais que isso. Atuamos nos serviços de defesa e inspeção de todos os produtos de origem animal e vegetal e não apenas nas fronteiras e portos", afirma Sá, sem explicar quais seriam as estratégias de paralisação da categoria.
Os fiscais estão insatisfeitos com a postura do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo o vice-presidente da Anffa, "o ministro dirigiu-se de forma desrespeitosa à categoria, se colocando de maneira autoritária". Por outro lado, elogiam a participação do secretário-executivo Silas Brasileiro, que "vem se esforçando para concluir as negociações".