O ministro da Fazenda, Guido Mantega, determinou à sua equipe que prepare novas medidas para reduzir os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos a empresas e pessoas físicas, considerados hoje muito elevados. O tema volta à pauta sem que o "pacote" que combate o custo dos financiamentos, lançado há oito meses, tenha sido implementado em sua totalidade. As poucas medidas que já saíram do papel tiveram um efeito modesto.
Ainda assim, o ministro segue anunciando sua disposição em resolver o problema. Na sexta-feira passada, disse que fará uma reunião nos próximos dias com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para buscar uma solução negociada. Mantega acha que ainda há muita "gordura" para ser cortada no chamado spread bancário, que é a diferença entre o que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as taxas cobradas nos empréstimos. Na prática, o spread é aquele pedaço do juro ao consumidor que cobre os custos administrativos, o lucro e o risco de crédito do banco.
A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae) foi incumbida de investigar se há abusos dos bancos na cobrança de juros e tarifas.
ConcentraçãoOutro foco das atenções da Seae é a baixa concorrência entre os bancos, determinada pela concentração verificada no sistema financeiro nacional. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada na edição do dia 29 de abril, mostrou que metade de todo o dinheiro depositado no sistema bancário no País está nas mãos de apenas três bancos: Banco do Brasil, Bradesco e Itaú.
Em outra frente, a área econômica retomou as análises para a redução nos depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a recolher. A medida liberaria mais recursos para o sistema e, em tese, abriria espaço para a diminuição do spread. Segundo fonte da Fazenda, os estudos teriam sido retomados após a chegada do novo diretor de Política Monetária, Mário Torós. Quando foi sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Torós disse ser preciso "desarmar" a estrutura complexa de compulsórios que existe hoje no Brasil. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.