O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ter ficado decepcionado com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano. "Os números podem sofrer oscilações ao longo do ano. O mais importante é o resultado final, que eu acredito que ficará em 4,5% este ano", afirmou em entrevista à TV Bloomberg.
De acordo com o IBGE, a economia brasileira apresentou expansão de 0,8% nos três primeiros meses do ano ante o quarto trimestre de 2006, e de 4,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Mantega destacou a manutenção da expansão da economia, que acumula 14 trimestres consecutivos de alta, o que, segundo o ministro, caracteriza um ciclo de crescimento sustentado. "O País continua a crescer de forma robusta, com o aumento dos investimentos e da geração de empregos", comentou. O ministro disse também esperar por uma aceleração da atividade econômica nos últimos dois trimestres do ano, em conseqüência da sazonalidade do período.
CâmbioO ministro da Fazenda admitiu que a valorização do real frente ao dólar é inevitável diante da melhoria dos fundamentos da economia brasileira. "Não se pode esperar um País forte com uma moeda fraca", afirmou.
Mantega disse que foi por conta dessa tendência que o governo tomou as medidas, anunciadas ontem, para ajudar os setores mais prejudicados pela queda da competitividade nas exportações, como o têxtil, de calçados e eletroeletrônicos. "Como o governo nunca nada em recursos, é preciso direcioná-los para os segmentos com maior necessidade", observou. Ele lembrou que grandes exportadores, como os produtores de commodities, possuem maior acesso a financiamentos e vêm se beneficiando da elevação dos preços dos produtos em dólar no mercado externo.
Ainda sobre o câmbio, o ministro disse que é função do governo tomar medidas para evitar o excesso na valorização do real. Dentro desse esforço, ele citou as medidas anunciadas pelo Banco Central na última sexta-feira para reduzir a exposição cambial das instituições financeiras. Mantega afirmou que as mudanças ainda não tiveram tempo para surtir efeito nas cotações, já que duas das três alterações entram em vigor apenas a partir do dia 2 de julho, prazo dado para que os bancos se adaptem às novas regras.