O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi cauteloso ao comentar se o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre abre espaço para uma redução maior da taxa básica de juros (Selic). "Nem mesmo o Copom sabe o que vai fazer até a véspera da decisão", afirmou. Porém, ele observou que não vê motivos para o processo de redução ser interrompido. "Temos que olhar os juros de longo de prazo para ver o que vai acontecer com a taxa, e eles indicam que a Selic continuará em queda", disse em entrevista à TV Bloomberg.
Questionado se os números do PIB no primeiro trimestre podem abrir espaço para um corte maior dos juros, Mantega disse que não se pronuncia a respeito de valores e decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Segundo o ministro, o País vive uma situação muito confortável de inflação, que se encontra abaixo do centro da meta. "Não vejo nenhum analista defender o fim do processo de redução dos juros", ressaltou.
Meta de inflaçãoA respeito da meta de inflação para os próximos anos, que será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião deste mês, Mantega defendeu a manutenção dos atuais 4,5% ao ano. "Na minha opinião, essa meta de inflação deu certo", afirmou. Para o ministro, o valor permitiu uma combinação de juros menores com um maior crescimento da economia.
Segundo Mantega, no passado, quando o governo estabeleceu um valor muito baixo para a meta, o BC ficou "nervoso" e o Copom acabou elevando a taxa de juros com receio de não alcançar o objetivo.
O ministro avaliou que uma meta mais flexível permite ainda uma eventual absorção de flutuações inflacionárias temporárias, sem o risco de o BC "puxar o freio" da economia.