A reunião do grupo de trabalho sobre o endividamento agrícola terminou em impasse hoje. A expectativa dos produtores era discutir a prorrogação das dívidas de custeio e investimento das safras anteriores que vencem neste ano. Mas a proposta apresentada pelo ministério da Fazenda incluía apenas as operações para a safra 2007/08.
O deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que participou da reunião do grupo de trabalho no ministério da Agricultura, informou que a reunião foi suspensa e deve prosseguir amanhã, às 14 horas. Do estoque das dívidas rurais, estimado em R$ 131 bilhões, o montante de débitos referentes a custeio é de R$ 7 bilhões e de investimento, R$ 50 bilhões. São estas dívidas que os produtores esperavam prorrogar, mas que não foram incluídas na proposta apresentada hoje.
Segundo ele, a proposta apresentada pelo assessor especial do ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, prevê a prorrogação da dívida de custeio da safra 2007/08, estimada em R$ 1,4 bilhão, para 12 meses após o vencimento do contrato. No caso dos financiamentos para investimento no atual ciclo, a Fazenda propõe o pagamento de 30% dos débitos neste ano e os 70% restantes também seriam pagos um ano após o vencimento dos contratos.
"Não queremos pagar nada neste ano", afirmou Heinze, que já havia alertado o governo de que os produtores não teriam condições de pagar as dívidas oriundas da crise provocada após a seca em 2004 e 2005 e pela desvalorização do dólar. Além disso, Heinze afirmou que os produtores esperam uma resolução definitiva para a questão do endividamento rural.
Heinze deve agora reunir-se com representantes da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo ele, o grupo também deverá contar com representantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).