A Comissão Europeia aplicou um total de 799,7 milhões de euros em multas a 11 companhias aéreas por formação de cartel internacional ao término de uma investigação que estendeu-se durante anos. A entidade acusa as empresas de combinação do valor das tarifas cobradas para a realização de transporte de carga, principalmente a cobrança de combustível. Trata-se da quarta maior multa já aplicada pela Comissão Europeia por formação de cartel.
O grupo Air France-KLM recebeu a multa mais elevada entre as aplicadas hoje. A penalidade aplicada às companhias operadas pelo grupo (Air France-KLM e Martinair) totaliza 340 milhões de euros. A British Airways, por sua vez, foi multada em 104 milhões de euros.
Também foram multadas a Singapore Airlines (74,8 milhões de euros), a Qantas Airways (8,8 milhões de euros), a Cathay Pacific Airways (57,1 milhões de euros), a Japan Airlines International (35,7 milhões de euros), a SAS (70, 2 milhões de euros), a LAN Chile (8,2 milhões de euros), a Cargolux (79,9 milhões de euros) e a Air Canada (21 milhões de euros).
A companhia alemã Lufthansa não foi multada por ter denunciado o cartel, informou a Comissão Europeia. A entidade pode multar as companhias envolvidas em formação de cartel em até 10% de sua receita anual.
Nenhuma companhia aérea norte-americana foi multada pelo que o comissário europeu para competição, Joaquín Almunia, qualificou como "falta de evidências" durante entrevista coletiva concedida em Bruxelas para anunciar a decisão.
Da África do Sul à Nova Zelândia, diversos países pelo mundo têm investigado suspeitas de formação de cartel por empresas de transporte aéreo de carga. Os Estados Unidos aplicaram recentemente US$ 1,5 bilhão em multas a companhias aéreas que admitiram combinação para cobrança indevida pelo combustível; 18 empresas foram indiciadas.
De acordo com o órgão antitruste da União Europeia (UE), as 11 companhias aéreas multadas nesta terça-feira conspiraram para cobrar tarifas mais elevadas por seus serviços entre dezembro de 1999 e fevereiro de 2006, quando a investigação, que inicialmente teve como alvo 20 empresas, começou com o envio sem aviso prévio de fiscais à sede das companhias aéreas suspeitas.
No início, "as companhias fizeram contato entre si para garantir que as empresas internacionais de transporte de carga cobrassem a mesma sobretaxa por quilo transportado", informa a comissão por meio de nota. A seguir, "os integrantes do cartel aprofundaram sua cooperação ao incluírem uma taxa de segurança e recusarem-se a reembolsar seus clientes pela sobretaxa", prossegue o documento. As informações são da Dow Jones.