Guedes quer prorrogação do auxílio emergencial com alguma contrapartida | Foto: Marcos Brandão | Senado Federal.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, apontou para uma mudança no discurso ao afirmar que a prorrogação do auxílio emergencial vai ser feita com contrapartida.
O Congresso vinha resistindo a votar medidas de contenção de despesas, como o congelamento de salários de servidores públicos por três anos, em troca de renovar o benefício.
De acordo com Pacheco, não se trata de uma condição imposta pelo governo, “mas de uma sinalização positiva de que o Congresso e o Senado têm responsabilidade fiscal”. “Com cláusula de guerra, vamos poder prorrogar o auxílio emergencial”, disse ele.
O senador informou que vai colocar na pauta na próxima semana a votação da PEC Emergencial (Proposta de Emenda Constitucional), que inclui uma cláusula chamada Orçamento de Guerra. Esse dispositivo é que dará ao governo a possibilidade de retomar o pagamento do auxílio, em troca de cortar outras despesas.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também presente ao almoço, disse que o encontro “demonstra todo caráter de prioridades das duas Casas”. “Continuaremos a tratar de assuntos importantes para o Brasil, PECs, auxílio e vacinas. Todos os outros assuntos são laterais”.
A pedido da equipe econômica, a Câmara deve resolver rapidamente se mantém ou não a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), para que isso não contamine a agenda que pode ajudar na retomada dos investimentos.
A tendência da Câmara é manter a decisão do Supremo por 11 a 0 que mandou prender o parlamentar por ataques à corte. “Problemas se acomodam com o tempo. Pautas continuarão firmes nas duas Casas”, concluiu Lira.
Diante do discurso pró-contrapartida, o ministro Paulo Guedes comemorou. “Perfeito, depois desses dois (Pacheco e Lira), a gente não precisa falar mais nada”.