Empurrão Tricolor | Tiago Lemos | tiagolemos@jornalmassa.com.br | Foto: Felipe Oliveira | EC Bahia
Ramires disputou sete partidas como profissional
O futebol é fácil, mas muitos dificultam em lances capitais. Sou um exemplo. No último desafio A TARDE x Massa!, meu time tinha a vitória nas mãos – vencia por dois gols de diferença –, quando tive a chance de definir o jogo.
Eu tinha três opções de passe, entre elas meu amigo e colega de trabalho Samuel Lima, que retorna à coluna na próxima semana, depois de merecidas férias.
Era só tocar a redonda e comemorar o gol do ‘brother’, melhor posicionado no lance, mas arrisquei o chute de fora, por cima. Logo depois, sofremos gols em sequência, fizemos apenas um e perdemos para o ATEC por 8 a 7.
No último sábado, fui ao ‘Pituaço’ acompanhar o suado triunfo do Esquadrão sobre o Paraná. Vinicius fez gols cheios de estilo, um de falta e outro de primeira – com a parte externa do pé – e garantiu o 2 a 0.
Mas a missão daquela noite era acompanhar de perto o desempenho de Ramires. Mesmo com um vasto repertório de jogadas, o armador de 18 anos normalmente prefere fazer o simples, como se fosse um veterano do futebol.
Eric dos Santos Rodrigues, nome de batismo do meia tricolor, só ousa quando necessário. Suas jogadas individuais são objetivas. Se a marcação aperta, passa logo para o companheiro de equipe.
Quando arrisca nos passes – aqueles que não são para os lados –, a promessa da base do Esquadrão costuma acertar. Contra o Paraná, de acordo com o site Footstats, no total, foram 51 certos e apenas quatro errados, mesmo com todo bloqueio do time paranista.
Nos seis jogos pelo Brasileirão, a média de passes errados é de 3,7. Claro que a quantidade de partidas pode influenciar. O número de passes de Ramires por jogo, por exemplo, ainda é baixo: 27,3.
Quando o assunto é participação, outro fator interessante: o meia mostrou qualidade por todos os setores do campo. O mapa de calor do último duelo mostra que o jogador não fica preso em uma posição e aparece em ações tanto pelo centro quanto pelos lados.
O armador também foi o principal cobrador de faltas laterais e escanteios do Bahia no jogo. Além disso, deu lindo toque de letra em contra-golpe. Em outro lance, deixou Zé Rafael em condições de marcar. Ramires também errou ao caprichar demais em cabeceio, e perdeu ótima chance.
Futuro brilhante
No geral, o atleta disputou sete partidas como profissional. Marcou um gol, pela Copa Sul-Americana, e deu uma assistência, pela Série A.
Ainda é cedo para garantir que o meia é uma realidade do Bahia? Talvez. A cada partida que passa, porém, ele mostra que tem capacidade para construir uma bela história. O clube entendeu isso e já renovou seu contrato até o fim de 2022.
Após a bela aula de futebol com Ramires, tenho certeza que irei preferir fazer o mais fácil na várzea. E, enquanto não posso colocar Samuel Lima na cara do gol em outro desafio, passo a bola da coluna ao ‘Monstro’, um craque do jornalismo, com a sensação de dever cumprido. Que orgulho ter usado espaço tão importante para escrever sobre o Esquadrão de Aço!