Todos recebem chances, seja na disputa do certame nacional ou na Copa Sul-Americana
Quando foi eliminado pelo Palmeiras, nas quartas de final da Copa do Brasil, o time do Bahia ganhou elogios do técnico alviverde, Luiz Felipe Scolari. “O Enderson faz um trabalho fantástico no Bahia. Organizou sua equipe de uma forma que o Bahia dificilmente vai ser batido daqui para frente”, disse Felipão naquela ocasião.
O prognóstico do treinador palmeirense até foi contrariado pelas subsequentes estatísticas tricolores, pois, após aquele confronto, o Esquadrão disputou 15 partidas (sem contar o duelo de ontem), obtendo cinco triunfos, quatro empates e seis derrotas.
Mas, percebo que não foram apenas os afagos do comandante do penta mundial ao trabalho de Enderson Moreira que ficaram como herança daquela ‘convivência’ com a equipe palestrina.
Vamos entender. É notável que Scolari conseguiu aumentar o nível de competitividade do elenco verde e branco, fazendo com que o time mais rico do Brasil cumpra as expectativas de ir longe na Taça Libertadores e liderar o Campeonato Brasileiro.
Qual a fórmula? Felipão ‘roda’ o grupo e deixa bem claro que todos os comandados têm sua importância para o projeto de abocanhar conquistas neste fim de temporada. Ninguém se acomoda. Com Enderson, que não conta com um plantel milionário como o colega, a filosofia vai pelo mesmo caminho. E isso não é apenas um cenário forçado pelas limitações de mão de obra.
Todos recebem chances, seja na disputa do certame nacional ou na Copa Sul-Americana. Nada de jogador ficar encostado ou esquecido pelos campos de treino do Fazendão. O atleta precisa ter oportunidades e, sabendo que elas surgirão, a tendência é que ele renda em alto nível sempre.
A atuação de Vinícius contra o Paraná ilustra bem esse conceito. Ele saiu do banco de reservas e foi o responsável pelo alívio da massa tricolor em Pituaçu após marcar os dois gols do triunfo baiano.
Sonho de menino
Eu mesmo demonstrei ceticismo em relação à atuação de Enderson à frente do Tricolor de Aço, especialmente pelo pífio rendimento do ataque nos cinco primeiros jogos. Porém, essa virtude de manter bem viva a disputa para definir quem joga é algo valoroso na gestão do atual técnico. Independente do que o destino reserva ao Bahia (vai ser muito difícil chegar às semifinais da ‘Sula’ após a derrota de ontem), Enderson deixou sua marca no clube.
Por falar em marcas que nunca se apagam, a partida contra o Atlético-PR já é inesquecível para o garotinho Khaytê, que mora no Rio de Janeiro, mas é apaixonado pelo Bahia. Linda essa atitude do clube de realizar o sonho de uma criança.
Em tempos de ódio e cinismo, iniciativas simples, mas louváveis, serão sempre bem-vindas. Se tiver como realizar o sonho de alguém, faça isso, amigo. Ajude a humanidade a ser um lugar melhor.