Samuel Lima | slima@grupoatarde.com.br | Fotos: Lucas Oliveira | EC Bahia e Maurícia da Matta | EC Vitória
Se o lado rubro-negro é praticamente uma panela de pressão, a cobrança no Esquadrão pelos três pontos tem que ser levada a sério
A crise está toda do lado de lá. Presença na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, elenco inchado com jogadores que não rendem e, por último, a queda do técnico Paulo Cézar Carpegiani – o mesmo que, no ano passado, nos fez sonhar com a volta à Taça Libertadores.
É, caros amigos tricolores. Parece tudo muito favorável para um triunfo do Bahia no clássico do próximo domingo. Já são nove confrontos sem sabermos o que é derrota para o maior rival. Tal retrospecto coloca ainda mais combustível na confiança em outro resultado positivo.
Porém, posar de favorito pode ser uma armadilha. Se o lado rubro-negro é praticamente uma panela de pressão, a cobrança no Esquadrão pelos três pontos tem que ser levada a sério até o apito final da partida no Barradão. A concentração não pode ruir. Se o jogo é decisivo para eles, é ainda mais para nós.
Uma eventual derrota aproximaria o Tricolor de Aço da zona maldita e sepultaria as chances de conquistar uma vaga na pré-Libertadores – o que já é uma meta distante, mas pela qual vale lutar. É hora da ambição entrar em campo.
Não custa lembrar que a atitude de mudar o comando da equipe às vésperas de um clássico, que pode aparentar uma medida desesperada, já deu certo para o time vermelho e preto. No ano passado, após a eliminação para o Esquadrão no Nordestão, eles demitiram Argel Fucks e fizeram o interino Wesley Carvalho assumir a missão de comandar o Leão na final do Campeonato Baiano.
O Bahia não soube traduzir sua superioridade no primeiro jogo em gols e, após dois empates, viu o rival levantar a taça. Ganhamos o Regional, é verdade, mas perdemos uma ótima oportunidade de colocar mais um troféu na estante.
Microtabu
O histórico de Ba-Vis disputados por competições nacionais no Barradão é curto, porém, com vantagem dos donos da casa. Foram cinco partidas. Os mandantes saíram vencedores nos confrontos pela Série A de 2002 (1 a 0, em jogo que Robgol teve pênalti defendido pelo ex-tricolor Jean) e 2003 (2 a 1, de virada), e na Série B de 2015 (acachapantes 4 a 1).
O único empate (0 a 0) ocorreu na Série A do ano passado, em brilhante atuação do filho do Jean citado acima, na meta azul, vermelha e branca. O Bahia só venceu quando o clássico foi disputado no ‘fundo do poço’ da Série C, em 2006, por 2 a 1. Contra nós, então, há um microtabu de nunca derrotar nosso maior oponente, no território dele, pela primeira divisão nacional.
Como a expectativa de contar com Gilberto já era, vamos alimentar a esperança de ver Edigar Junio fazer as pazes com as redes. E brocar em Ba-Vi não é novidade para ele, que já fez dois no confronto. Outro ponto: dessa vez, o Bahia tem que ser mais eficiente nos contragolpes, ser mortal. Recado direcionado a Zé Rafael, Élber e Ramires (vai pra cima, moleque!). É verdade esse ‘bilhete’.