Em 2019, o time terá que fazer jus ao status e, logo de cara, recuperar o título da Copa do Nordeste
Na semana passada, havia dito aqui que o último confronto da temporada, diante do Cruzeiro, poderia servir como uma espécie de marco simbólico de uma nova etapa na trajetória do Bahia. Apesar de insosso, o empate em 0 a 0 rendeu ao Esquadrão sua melhor colocação na história da Série A no formato dos pontos corridos.
O reflexo maior de uma temporada na qual o clube resgatou a autoestima de seu torcedor é a ascensão no ranking da Confederação Brasileira de Futebol. Em 15º lugar na lista, o Bahia volta ao posto de melhor do Nordeste. Em 2019, o time terá que fazer jus ao status e, logo de cara, recuperar o título da Copa do Nordeste.
Com o provável direcionamento da equipe sub-23 para a disputa da maioria das partidas do Campeonato Baiano, o elenco principal deverá ter menos desgaste para conciliar os jogos do Nordestão e das primeiras fases da Copa do Brasil, além da Copa Sul-Americana.
Diferente do que estávamos acostumados a ver nos últimos anos, o Tricolor de Aço já começa a próxima temporada com um time base. Num rápido esboço, podemos escalar um possível Bahia para o primeiro compromisso do ano que vem: Douglas, Nino, Tiago, Lucas Fonseca e Paulinho; Elton, Gregore, Élber, Ramires e Clayton; Edigar Junio.
A formação acima é boa e daria trabalho a qualquer adversário do último Brasileirão. Porém, os reforços que chegarão precisam ser jogadores melhores do que aqueles que já estão na casa. Sem desmerecer os atletas tricolores, que fique bem claro. Só que o Bahia vai ter que superar as marcas de 2018.
No elenco atual, não há jogador à altura de Zé Rafael. Apesar de eu ser um crítico assumido das escolhas equivocadas no último passe e nas deficiências de finalização de Zé, o cara sempre foi peça fundamental na transição entre defesa e ataque, além de ser um dos melhores na recomposição defensiva.
A direção tricolor vai suar para achar um substituto. Não é difícil vislumbrar Élber na missão, mas o ex-cruzeirense, apesar da velocidade, não tem o mesmo vigor físico de Zé Rafael. Mesmo assim, num primeiro momento, é o mais provável que ocorra. Ou alguém crê que Marco Antônio dê a volta por cima e vire candidato à vaga?
Um meia-atacante que acho que pode acrescentar à equipe e, acredito, dentro do perfil de atletas que a direção do Bahia busca, é Luís Fernando, do Botafogo. Se eu fosse um dos dirigentes, já teria feito proposta ao jogador desde quando ele estava no Atlético-GO, na Série A de 2017.
A outra carência está na lateral-esquerda. Com a ida de Léo para o São Paulo, o Bahia vai ao mercado em busca de reposição. Resta saber se a busca será por alguém semelhante ou se Enderson Moreira tem outros planos. Vale considerar também dar chances aos volantes Yuri e Juninho, que voltam de empréstimo. A disputa por vaga promete.