O meia Guilherme pertence ao Corinthians e veio por empréstimo por um ano
Depois do retorno à Série A do Brasileirão, conquistado em 2016, a torcida do Bahia vive um tipo de lua de mel com o clube. A explicação está nos bons resultados dentro de campo e no maior número de acertos em relação aos erros na gestão. Com a chegada do 2019, cresce a expectativa por uma evolução, mas será que o Esquadrão poderá manter a ascensão dos últimos anos?
Na temporada 2017, o Bahia levantou a taça de tricampeão do Nordeste em final diante do Sport, mas viu o principal rival ser campeão baiano e terminou eliminado da Copa do Brasil de forma precoce, na segunda fase, diante do Paraná. Na Série A, a maior pontuação somada na era dos pontos corridos (50) garantiu o 12º lugar ao Tricolor.
Em 2018, o ponto fora da curva foi o vice-campeonato do Nordeste, em decisão contra o Sampaio Corrêa. No Baianão, deu tudo certo: superioridade do Bahia ante o Vitória e a confirmação da conquista da 47ª taça. Na Copa do Brasil e no Brasileiro, respectivamente, bons resultados, com a ida até as quartas de final no torneio mata-mata e a 11ª colocação na elite com 48 pontos. A cereja do bolo poderia ter sido uma chance real de título na Sul-Americana, mas o Esquadrão caiu para o Athletico Paranaense nas quartas, após ter dois gols anulados pelo VAR, no jogo de ida, e perder nos pênaltis, no jogo da volta.
No próximo dia 16, o time azul, vermelho e branco dará pontapé inicial em 2019 com o duelo diante do CRB, pela primeira rodada da fase de grupos do Nordestão, às 20h, na Arena Fonte Nova. O técnico Enderson Moreira permanece no Fazendão e terá boa parte do time titular do ano passado à disposição para buscar bons resultados: Douglas, Nino Paraíba, Tiago, Lucas Fonseca, Gregore, Elton, Ramires, Élber e Gilberto. No elenco, as saídas mais sentidas foram as do lateral-esquerdo Léo, que terminou contrato e fechou com o São Paulo, do meia-atacante Zé Rafael, negociado para o Palmeiras, e do atacante Edigar Junio, o qual falta ser oficializado o empréstimo ao Yokohama Marinos, do Japão, com passe estipulado.
Hegemonia regional
Com o arquirrival na Série B e com um orçamento muito superior, a expectativa é que o Bahia consiga manter a invencibilidade no clássico. O período sem perder para o Vitória já é o maior da década, com seis triunfos e quatro empates. Além disso, Estadual e Regional são obrigações para superar os dois últimos anos, quando ganhou apenas um dos títulos. Nas duas competições, o Tricolor é favorito. Mesmo assim, falta brigar por título em uma competição mais importante.
Se no ano passado a Sul-Americana foi um sonho de título quase possível, a missão desta temporada é torná-lo realidade. A estreia pela primeira fase será no dia 7 de fevereiro, contra o Liverpool do Uruguai, na Fonte Nova. O jogo da volta será realizado no dia 21 do mesmo mês, fora de casa. Copa do Brasil e Brasileirão são competições mais difíceis, mas dá para chegar longe.
Entre as contratações, a mais imponente é a do experiente meia Guilherme, de 30 anos, que pertence ao Corinthians e veio por empréstimo por um ano, com possibilidade de renovação por mais uma temporada. Mas o principal trunfo tricolor foi a renovação com o atacante Gilberto, 29, que fez 25 partidas e marcou nove gols no ano passado. O centroavante fica no Fazendão até 2020 e carrega o status de principal referência da equipe com a saída de Zé Rafael.
O contrato de Gilberto foi renovado até 2020
Belas iniciativas
Aliado ao bom rendimento dentro de campo, o Bahia tem dado um show de bola fora das quatro linhas. As boas iniciativas do marketing elevaram o número de sócios do clube. O último grande passo foi o lançamento da loja oficial na Arena Fonte Nova, juntamente com a camisa popular, que custa R$ 99 e tem sido muito procurada pelos torcedores. Entre as ações, vale destacar as homenagens ao mês da Consciência Negra, em novembro último.
O casamento do torcedor com o Bahia está naquela fase em que tudo são flores, mas os espinhos vão aparecer e precisam ser controlados para que o maiores objetivos do clube sejam conquistados. O principal, claro, a permanência na Série A, que garante a manutenção das cotas de TV e temporadas mais confortáveis financeiramente. A torcida quer gritar "Bora Baêa" em dezembro e tem tudo para terminar mais uma ano feliz.