A missão inclui afastar de vez a pecha de time ‘caseiro’
De nada vai adiantar ao Bahia sair sem derrotas dos confrontos com os dois clubes mais endinheirados do futebol nacional e se complicar na série de jogos que terá até o final do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.
No mínimo, o Esquadrão de Aço tem que se considerar, sim, favorito nas partidas diante de Goiás, no próximo domingo, Fortaleza e CSA, todas a serem realizadas na Arena Fonte Nova. Nos compromissos fora de casa, contra Vasco e Atlético-MG, vislumbro a possibilidade real de o Tricolor sair incólume – inclusive com potencial para vencer ambos.
O técnico Roger Machado e os atletas precisam estar com essa mesma ideia bem fixa e com o foco ainda mais sólido no trabalho para levar toda essa teoria ao campo prático. A missão inclui afastar de vez a pecha de time ‘caseiro’ que o Bahia tem carregado nas últimas edições de Série A.
Aliás, o Tricolor ainda não conseguiu vencer como visitante no Brasileirão atual. Por sinal, em todas as edições de Série A, neste formato de pontos corridos e com 20 equipes na disputa, o Bahia conseguiu pelo menos um triunfo fora de casa no primeiro turno.
Até mesmo a equipe que acabou rebaixada em 2014 obteve algo mais do que o empate em território ‘inimigo’. Duvido que Roger queira ser o primeiro treinador tricolor a não conseguir vencer fora de casa na primeira metade de uma Série A. Ele tem pela frente duas boas – mas nada fáceis – chances de se livrar do indesejável ‘rótulo’.
Na história dos pontos corridos, apenas em 2003, quando o campeonato teve 24 times, o Bahia finalizou o primeiro turno sem vencer qualquer partida como visitante. Aquela equipe, que ficou conhecida como saco de pancadas e foi rebaixada de forma vergonhosa, ganhou apenas um dos 23 jogos que realizou longe da Fonte Nova: uma improvável e desesperada virada de 2 a 1 sobre o Corinthians, no Pacaembu, já pelo returno.
Precipitação
Não duvido que a direção do Bahia esteja arrependida da contratação do lateral-direito Ezequiel. O pior é que a chegada dele seria uma maneira de ‘corrigir’ o equívoco em outra contratação: a de Matheus Silva, que, reprovado por aqui, foi se aventurar, por empréstimo, no Farense, da segunda divisão de Portugal.
Ezequiel nunca se firmou no Cruzeiro e nem no Fluminense teve êxito. Foi precipitação dos mandatários do clube trazê-lo para o Fazendão, ainda mais que ele já vinha com restrição de não poder atuar pelo Bahia na Copa do Brasil.
O lateral destoa do perfil agressivo que o Bahia tem adotado e logo deve fazer Roger desistir da ideia de deixar João Pedro como opção apenas para o setor de meio-campo. Teremos uma projeção disso no próximo jogo, uma vez que Nino Paraíba é dúvida na escalação. Que sirva de lição para novas aquisições. A partir de agora, só vale chegar quem vai qualificar mesmo o elenco.