As principais caras novas do Bahia para a temporada já começaram a se apresentar desde a semana passada, como Clayson, Rossi, Daniel, Zeca, Jádson e Capixaba. A torcida terá que esperar até o dia 25 deste mês, entretanto, para ter a chance de vê-los em um jogo oficial, quando o Tricolor enfrentar o Santa Cruz, na largada da Copa do Nordeste. Na próxima quarta-feira, dia 22, porém, os torcedores poderão começar a se familiarizar com outras figuras que estão buscando seu espaço. O chamado time de transição enfrentará a Juazeirense na abertura do Baiano.
Devo ser um dos maiores admiradores da ideia do grupo de transição, para que possa dar mais rodagem para jovens com bom potencial e que precisam de oportunidade. Adianto, entretanto, que não sou dos maiores entusiastas da estratégia de disputar o Baiano integralmente com uma equipe que não seja a principal. O clube não deve ser refém dessa decisão caso precise de uma correção de rota durante a competição. Deve estar livre para avaliar durante o percurso. Vale lembrar que os titulares precisaram ser acionados em 2019 para garantir o 48º título estadual.
Independentemente dos jogadores escalados em cada partida, é preciso que se leve a sério o campeonato estadual, que tem importância fundamental para o Bahia. O próprio clube enaltece em suas publicações oficiais as “seis conquistas nos últimos seis anos”. Quatro delas são títulos estaduais. O Baiano poderia servir em determinados momentos até para dar ritmo de jogo e confiança para peças do elenco principal, que não estejam entre os titulares de Roger.
Entre pontos positivos e negativos, há diferenças com relação à estratégia adotada em 2019, pois agora a equipe comandada por Dado Cavalcanti foi melhor testada durante o ano anterior. Não acompanhei a Copa Baiana de Aspirantes, em que o time foi mal. Vi muitos jogos, entretanto, no Brasileiro de Aspirantes, do qual o Bahia foi semifinalista, depois de boa campanha nas duas primeiras fases, com boas atuações, que deixaram impressão positiva.
Há muita expectativa, por exemplo, em continuar vendo a evolução de Gustavo, que chamou a atenção durante o Brasileiro de Aspirantes. O atacante, de 22 anos, saiu de São Paulo, onde nasceu e jogou em times menores, como Grêmio Osasco e Audax, e foi tentar a sorte em 2019 na ‘Cidade Sol’. Jogou o Baiano pelo Jequié e chamou a atenção do Tricolor, que o contratou. Com muita velocidade, capacidade de drible e ousadia, pode ser uma importante arma no ano.
A dinâmica do trio que dava sustentação para o centroavante Caíque no Brasileiro, formado pelo próprio Gustavo, Cristiano e Gabriel Esteves, era interessante de ver, provavelmente por mérito de Dado. A artilharia da equipe foi bem distribuída, e o quarteto ofensivo titular foi responsável por 14 dos 22 gols marcados, sendo cinco de Caíque, quatro de Cristiano, três de Gabriel Esteves e outros dois de Gustavo. Caíque foi o goleador, mas, nos amistosos de pré-temporada até o momento, vem ficando na reserva de Saldanha, artilheiro do Baiano sub-20 de 2019, com nove gols.
O elenco é formado, inclusive, por jogadores que já tiveram participações na equipe principal em outras temporadas, como o goleiro Fernando Castro, o zagueiro Ignácio, o volante Yuri, o meia Cristiano e o atacante Caíque. Entre os novos contratados, o meia Fessin, ex-ABC e Corinthians, é uma das principais apostas. Régis Tosatti, Arthur Rezende, Ramón, Alesson, Anderson, Fábio Alemão, Lucas Rodrigues e Mateus Claus são outras das caras novas.