Onde você deposita a sua esperança de que o Bahia vai se recuperar e conseguirá realizar uma campanha empolgante, como era esperado? Ontem, dia de mais um jogo pelo Brasileiro, acordei com essa inquietação. Otimista, como sou, com tudo que envolve o Tricolor, fazia uma busca interna em minhas memórias para encontrar motivos para seguir acreditando em uma evolução real.
Uma das muitas coisas que vêm me incomodando na atual campanha no Brasileiro é que, após cada partida, o time não vem dando muitos motivos para uma visão otimista para o futuro. Mesmo em temporadas sofríveis da história do clube, era comum a existência de alguns momentos de falsa esperança. Uma atuação melhor, um triunfo inesperado, aquele jogo que só faltou o gol, aqueles três pontos tirados por erros de arbitragem.
Agora, não. O jogo de ontem contra o Corinthians parece até uma exceção. Por mais que o resultado queira dizer o contrário, vi uma atuação melhor. A impressão é de que a equipe acertou mais passes do que nos nove jogos anteriores, por exemplo. Também teve uma arbitragem sofrível. Mas antes, sendo bem realista, o único jogo que deixou a torcida mais esperançosa para a partida seguinte foi o empate, em 2 a 2, com o Internacional. As mudanças de postura, de escalação e no comando técnico, aliadas a um gol no final da partida e o fato de ter sido prejudicado pela arbitragem, deram uma expectativa positiva para o duelo seguinte. As atuações contra Grêmio e Atlético Goianiense arrebentaram com aquela sensação.
Espero que a evolução de ontem seja verdadeira e se mantenha nos próximos jogos. E que venha acompanhada por bons resultados. Além de ontem, ainda faltam mais dois jogos como visitante seguidos, contra Athlético Paranaense e Botafogo. Pelo menos, serão 10 dias de intervalo até o próximo desafio. Primeira oportunidade realmente efetiva para que Mano Menezes possa treinar a equipe, dar a sua cara e, mais do que isso, conhecer melhor o momento dos jogadores no clube. Provavelmente, isso evitará escalações baseadas no passado dos atletas.
Passamos ontem da metade do primeiro turno. Faltam pouco menos de três quartos do Brasileiro e demos um até logo, até o final de semana, à justificativa de que a equipe tinha um jogo a menos. Agora, pelo contrário. Sete equipes contam com um número inferior de partidas. No ano passado, após o mesmo número de duelos, o Bahia tinha 14 pontos, cinco a mais do que atualmente.
A verdade é que desde domingo, quando o Vasco impediu que a equipe entrasse na zona de rebaixamento, vencendo o Botafogo, veio a lembrança forte do final do ano passado, quando eu tentava compensar a frustração com a queda de rendimento do Bahia no segundo turno com o enaltecimento de que havia sido a primeira Série A por pontos corridos que o clube não tinha corrido riscos em momento algum de rebaixamento.
Parecia pouco diante da expectativa criada no primeiro turno? Sim. Mas era importante. Mesmo nas campanhas de 2017 e 2018, em que o Bahia havia terminado tranquilo, a preocupação com o rebaixamento deu as caras em alguns momentos. O tempo sem terminar a Série A sem a calculadora na mão, buscando combinações para evitar o descenso, por certo, fez com que aquela tranquilidade do ano passado parecesse normal. No momento, entretanto, o primeiro foco é ficar bem longe da zona. Mas ainda não joguei a toalha com relação a aspirações maiores neste ano.