O que mais o Vitória precisa atualmente é de atacante. Mentira, é de dinheiro. Depois da grana, com certeza são peças no ataque. Contudo, não apenas para compor, mas para resolver mesmo. Entre os clubes da Série B, o Vitória tem o sétimo melhor ataque, com 12 gols. Um pouco mais da metade dos tentos foram anotados pelos atacantes, que têm Léo Ceará como artilheiro, com três gols na competição, o mesmo número de bolas na rede que têm ‘grandes’ conhecidos da torcida rubro-negra: Júnior Todinho e Bruno Gomes. Para dar um gás a mais no setor, o Vitória anunciou dois atacantes: Bolota e Juninho Quixadá. Agora vai?
Bolota nem é atacante de ofício, mas é daqueles meias rápidos que você nunca sabe qual a função real deles dentro de campo. Deve ajudar bem o ataque. O Vitória resolveu mudar o nome do cara apenas para Soares, o que sou absolutamente contra. Por que desmerecer o nome artístico do rapaz? Sempre dá azar isso. O cara chega com sua alcunha de guerra, o clube vai lá e obriga a galera a ter formalidade.
Para usar o perfil oficial do clube para autopromoção acham normal, mas é o nome Bolota que importa. Voltemos. Anmerson Bolota é uma aposta, que só na prática vamos avaliar se valeu a pena. Já Juninho Quixadá tenta no Leão retomar sua boa forma, esquecida em 2018.
Na sua apresentação no Barradão, o atacante de 34 anos se esquivou da pergunta sobre a pouca utilização no Ceará, seu último clube. “Esse assunto do Ceará, de lesão, são coisas que eu prefiro não comentar agora”, tirou de tempo. De fato, deve ter sido dolorido para o atleta. O atacante estava no Ceará, clube do qual saiu desgastado por conta de uma lesão no quadril. Quando ganhava destaque no Ferroviário, o Vozão contratou o jogador em meio à crise na Série A de 2018, praticamente rebaixado. Com a chegada do técnico Lisca Doido (meu sonho tê-lo aqui no Vitória), Quixadá foi titular absoluto, mas acabou se machucando na 31ª rodada. Mesmo assim, foi um dos destaques na permanência do clube.
Entretanto, a lesão no quadril esquerdo o tirou praticamente de toda a temporada de 2019. Foram oito meses de tratamento e alguns conflitos com o departamento médico do clube cearense. Apesar de os médicos apontarem que o jogador estava clinicamente curado, Quixadá ainda alegava dores na região do quadril. Juninho acabou fazendo apenas seis jogos no ano passado, escanteado pelos técnicos Argel Fucks, Enderson Moreira e Guto Ferreira, que aproveitou Quixadá em apenas dois jogos em 2020. O último gol foi em outubro de 2018. Para o duelo do próximo sábado, contra o Oeste, Bolota está regularizado. Dificilmente Quixadá estará apto para estrear amanhã, mesmo que o atleta tenha garantido estar pronto para fazer sua redenção no Leão.
Boa sequência
Pode até parecer disco arranhado, mas o Vitória terá pela frente uma boa sequência para melhorar o ataque e, consequentemente, manter a boa campanha dentro do Barradão. Dos próximos cinco jogos, quatro serão em casa. São 12 pontos aguardando a arrancada do Leão, a começar pelo Oeste. Uma chance de ouro para finalmente entrar na zorra do G-4. E espero que para não sair mais.