A sensação é de alívio, seguida de preocupação para que os erros não sejam repetidos na nova temporada | Foto: Felipe Oliveira | EC Bahia
Tudo indicava que a noite da última quinta-feira seria tensa, e intensa, para a torcida tricolor. O jogo contra o Santos tinha tudo para ser dramático, mas o Bahia conseguiu se superar e garantir quatro dos seis pontos disputados longe de Salvador, contra Atlético e Fortaleza, em duas atuações muito acima da média da equipe na temporada. Foi o suficiente para garantir a tão sonhada permanência na elite, coroada com a vaga na Sul-Americana após o triunfo sobre o Peixe. A sensação é de alívio, seguida de preocupação para que os erros não sejam repetidos na nova temporada.
O meu jeito de sempre acreditar no Bahia claramente foi recompensado com essa superação na reta final. Acredito, porém, que até quem já tinha jogado a toalha deve ter se empolgado demais com as atuações dos jogos contra Atlético e, principalmente, Fortaleza e Santos. Independentemente da importância desses dois duelos, as apresentações foram daquelas que dão nítido orgulho. Pela postura e também pela qualidade do futebol. Além do expressivo placar de 4 a 0 contra os cearenses.
Curioso é que a participação do Bahia no Brasileiro de 2019 foi incontestavelmente melhor, mas, como o desempenho caiu muito no segundo turno, o sentimento que ficou foi de frustração pelos objetivos maiores não alcançados. Já agora, em uma temporada claramente frustrante por causa de toda a expectativa criada, o sentimento final é de felicidade pelo objetivo cumprido.
Na semana passada, destaquei aqui as atuações de Patrick de Lucca e Rodriguinho, contra o Atlético, até de maneira simbólica, porque eram novidades na escalação que representavam dois extremos do elenco: juventude e experiência. E os dois repetiram a dose contra o Fortaleza. Patrick, na segunda partida na equipe principal, continuou chamando muita atenção pela tranquilidade com que atua. E Rodriguinho, contratação mais badalada, muito atrapalhado por lesões, foi decisivo na hora mais importante, mostrando que a qualidade segue intacta. Por dias melhores em 2021, espero que tenha sequência e possa assumir o posto de protagonista.
Nino Paraíba, que também jogou demais contra o Fortaleza, com dois cruzamentos para gols de Rodriguinho remete a outro simbolismo. Do pessoal que se entrega a cada lance e me faz me sentir representado, de fato, em campo. Nino é um cara que não consigo pegar no pé, mesmo quando está em má fase, como esteve em parte desse Brasileiro, por ser evidente o quanto se entrega quando veste a camisa tricolor. Fico feliz que tenha retomado as boas atuações.
Costumo valorizar mais a entrega do que a própria qualidade técnica muitas vezes. E foi quando o Bahia pareceu priorizar essa entrega, até mesmo na escalação, que a parte técnica mais apareceu. Que não apareça somente em momentos esporádicos, mas que seja a regra em 2021.
A saída de Gregore, confirmada pelo clube nesta semana, representa grande perda. Sei que era necessário, mas jamais consigo ficar feliz quando um jogador tão importante deixa o Bahia, sejam quais forem os valores envolvidos. Só temos a agradecer por todo o empenho escancarado em três temporadas completas com a camisa tricolor.
No Baiano, depois de perder de virada para a Juazeirense na estreia, o Bahia se reabilitou contra o Doce Mel, vencendo por 2 a 0. Com dois golaços. O primeiro depois de uma bonita jogada coletiva. O lateral Renan Guedes ficou livre pelo lado direito e cruzou para trás, para a chegada de Caio Mello, que acertou um bonito chute de longe. No segundo, Daniel Penha acertou um chute de distância ainda maior.