Tricolor erra muitos passes e não consegue evitar derrota para o São Paulo na estreia pela Sul-Ameri
Em seu jogo de estreia na Copa Sul-Americana, na noite de quarta-feira, 1, em Pituaçu, o Bahia teve uma atuação apagada e não conseguiu evitar a derrota por 2 a 0 para o São Paulo.
Os gols do time paulista foram marcados por Rogério Ceni, de falta, aos seis minutos do primeiro tempo, e por Ademílson, que aproveitou sobra após jogada individual de Bruno Cortez, aos 23 minutos da segunda etapa.
Pelo Bahia, que atuou com três volantes no meio campo e se ressentiu da falta dos seus principais meias, as melhores chances de gol pararam na trave: aos 30 minutos do primeiro tempo, com Fahel, e nos primeiros segundos da segunda etapa, com Souza. Por intermédio das jogadas aéreas, o Esquadrão até mereceu o empate na primeira etapa, mas falhou nas finalizações. No segundo tempo, o São Paulo tocou a bola como quis e ditou o ritmo.
O revés no jogo de estreia deixa o tricolor baiano em situação complicada no torneio: no jogo da volta, marcado para a terça-feira, 21, no Morumbi, precisará vencer a equipe são paulina por um placar com saldo de três ou de dois gols - desde que faça mais gols do que o São Paulo fez em Pituaçu. Ao São Paulo, que pode até perder por um gol de diferença, basta um empate.
Enquanto aguardam pelo segundo jogo da competição intercontinental, Bahia e São Paulo voltam as suas atenções para a Série A do Campeonato Brasileiro: às 16h do próximo domingo, 5, o tricolor baiano encara o Grêmio, em Porto Alegre-RS; o São Paulo recebe o Sport, no Morumbi, no mesmo dia e no mesmo horário.
Ceni desequilibra - Num primeiro tempo em que Bahia e São Paulo tiveram boas chances de marcar, a boa pontaria do goleiro Rogério Ceni desequilibrou a favor do time são paulino: aos seis minutos, o especialista em cobranças de faltas aproveitou o primeiro lance de bola parada ofensiva do jogo para, com efeito, mandar a bola no ângulo esquerdo de Marcelo Lomba.
O gol do time visitante denunciou a até então apatia do Tricolor de Aço, que, com um setor de meio campo formado por três volantes, abusava de errar passes. O São Paulo, então, teve mais a bola e tomou conta do duelo até os 15 minutos. Daí em diante, no entanto, o Esquadrão acordou, imprimiu maior velocidade e, em tendo insistido nas jogadas de lançamentos longos, por pouco não chegou ao tento de empate.
A sua primeira chegada com perigo aconteceu aos 28 minutos: após cobrança de escanteio de Hélder, Souza aproveitou sobra na área e tentou chutar duas vezes; quando conseguiu, mandou uma bomba no meio do gol são paulino, mas Ceni espalmou para escanteio.
Dois minutos depois, o Bahia teve a sua melhor chance: Júnior deu um grande passe para Fahel pelo lado esquerdo da grande área; de esquerda, o volante chutou de primeira e a bola explodiu no travessão. Na sobra, Souza não conseguiu chegar na bola para finalizar. Aos 39, o mesmo Júnior arriscou da entrada da área, mas mandou por cima. Souza, aos 43, apenas raspou de cabeça um cruzamento de Zé Roberto pela direita e mandou pela linha de fundo.
Domínio são paulino - O técnico Caio Júnior voltou para o segundo tempo com apenas uma mudança: tirou Gerley e colocou Ávine. Mas a lateral esquerda seguiu como uma cópia fiel do que já representava, em termos de improdutividade, a lateral direita, onde Gil Bahia apenas transpirava.
Para completar, a apatia com que iniciara a partida reinou absoluta até o final e o São Paulo passeou em campo. O Bahia, no entanto, teve a melhor chance de marcar logo nos primeiros segundos: Souza apareceu pelo lado direito da área e mandou uma bomba para o gol de Rogério, que fez uma grande defesa e salvou o tricolor paulista.
Caio Júnior, que tinha Magno no banco de reservas como opção para diminuir a ineficiência do meio campo, tentou modificar o panorama com Lulinha em lugar de Júnior. Em noite infeliz, o atacante saiu vaiado. A mudança também não surtiu efeito. Aos 11 minutos, Cortez apareceu pelo lado esquerdo da área e mandou uma bomba, mas Lomba pegou. Daí em diante, o São Paulo envolveu os volantes do Bahia e passou a jogar em ritmo de treino.
Aos 22 minutos, a troca de passes foi mais incisiva e Cortez recebeu passe em boas condições pelo lado esquerdo, para passar por Danny Morais e tocar na saída de Marcelo Lomba; a bola tocou na trave e, desacompanhada dos marcadores do Bahia, sobrou para Ademílson apenas empurrá-la para as redes. 2 a 0 São Paulo. Revés que, muito mais do que encaminhar o tricolor baiano rumo à desclassificação na badalada Sul-Americana, serve de punição e de advertência para os erros de planejamento cometidos pelo seu departamento de futebol.