Em noite pouco inspirada, tricolor faz pouco no ataque e acaba castigado: derrota por 1 a 0
No duelo da noite deste sábado, 18, contra o Náutico, em Recife, o Bahia se manteve fora da zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro até os 42 minutos do segundo tempo, mas levou um gol em lance isolado e perdeu mais uma partida no torneio: 1 a 0.
O resultado manteve o tricolor, ainda com 16 pontos ganhos, em 17º, posição cujos resultados das demais partidas que completam a 18ª rodada não poderão alterar, já que, em 18º, o Sport, com 14 pontos, já perdeu para o Fluminense e, em 16º, o Coritiba, primeiro time fora da zona, tem a mesma quantidade de pontos do Esquadrão. Entretanto, como venceu quatro jogos, um a mais que o time baiano, o Coxa não pode ser ultrapassado. Mais atrás, em 19º e em 20º, respectivamente, estão o Atlético-GO e o Figueirense, com 12 e 11 pontos.
O jogo no Estádio dos Aflitos não empolgou o público presente nas arquibancadas: as duas equipes erraram muitos passes e criaram poucas chances de perigo de gol. Com uma proposta defensiva, o Bahia, de volta ao esquema com três volantes, pareceu ter entrado no jogo com o propósito primeiro de empatar. E pagou caro por isso.
A chance mais clara de gol do tricolor baiano aconteceu aos dois minutos do segundo tempo: Mancini cobrou falta na área e Fahel, de cabeça, quase marcou, mas Gideão fez uma grande defesa e salvou o Timbu. Desfalcado de três dos seus principais jogadores, entre eles o artilheiro Kieza, o alvirrubro pernambucano não jogou bem, mas, por intermédio de Martinez, que acertou uma bomba da intermediária, chegou ao tento que lhe levou aos 23 pontos - o Náutico agora está em 10º.
Sem Hélder, Diones e Mancini, que receberam o terceiro cartão amarelo e terão que cumprir suspensão, o Bahia volta a campo pelo Brasileirão às 18h30 do próximo domingo, 26, contra o Atlético-GO, em Pituaçu. Antes, na terça-feira, 21, decide a classificação na Copa Sul-Americana, fora de casa, contra o São Paulo. No sábado, o Náutico encara o rival Sport, na Ilha do Retiro.
Pouca inspiração - O primeiro tempo de jogo nos Aflitos foi marcado pelo excesso de passes errados comum às duas equipes. Pelo lado tricolor, o esquema com três volantes montado por Caio Júnior, que não pôde contar com Zé Roberto, suspenso, decerto justificou a ineficiência do meio campo.
O Timbu, por sua vez, apesar de desfalcado de três dos seus principais jogadores, entrou como pôde no clima da sua torcida e, em tendo sido mais veloz nos lances de ataque, esteve mais perto de cessar a nulidade no placar.
A primeira boa chegada do time pernambucano aconteceu somente aos 18 minutos, quando Rogerinho, sempre incisivo pelo lado esquerdo, cruzou bola na área para Araújo, que subiu mais que a defesa tricolor e cabeceou por cima da meta de Lomba. Mas a resposta do Bahia foi melhor: aos 24 minutos, num dos seus raros passes acertados, Fabinho lançou Gabriel em profundidade pelo lado direito e o meia tricolor tocou para o gol, mas tirou muito de Gideão e a bola não foi na direção desejada.
Aos 30 minutos, Rhayner, o melhor jogador do Náutico em campo, partiu em contra-ataque pela intermediária e entrou em velocidade na área do Bahia para abrir o marcador, mas não teve força no chute e permitiu a Lomba espalmar a bola para escanteio. O Bahia respondeu três minutos depois: Mancini deu um lençol em Martinez e rolou para trás, para servir Fabinho, que pegou de primeira; Gideão foi buscar. Aos 34, Douglas limpou o estreante Neto e mandou perto da meta tricolor; para fora.
A bola pune - Para tentar mudar o panorama do jogo e buscar o triunfo, Caio Júnior voltou para o segundo tempo com Lulinha em lugar de Hélder. A ala esquerda, então, passou a ser ocupada pelo improviso de Victor Lemos. A substituição provocou também uma promissora mudança de posicionamento: Gabriel, antes no ataque ao lado de Souza, passaria agora a armar as jogadas ao lado de Mancini.
Mas isso não se consolidou e, assim como o seu adversário, o tricolor seguiu sem condições de criar grandes jogadas de ataque e, em consonância com o que apresentara nas atuações precedentes durante a Série A, partiu para o abafa.
Foi assim que, logo aos dois minutos, teve a sua chance mais clara de gol: Mancini cobrou falta na área e Fahel, sempre agudo, cabeceou com perigo; Gideão salvou. Daí em diante, o time de Caio Júnior apenas transpirou e, nos lances em que os seus jogadores conseguiram correr mais que a redonda, chegou a entrar na área do Timbu, mas parou invariavelmente no bloqueio da zaga ou nas mãos de Gideão.
Embora sem contundência, o Náutico buscou o gol do triunfo com mais frequência que o Bahia. Aos 33 minutos, em investida de ataque do time pernambucano, Victor Lemos tentou afastar a bola e ela desviou em Rhayner. No lance, Lomba estava adiantado e, por muito pouco, não sofreu o golpe: a bola passou por cima. O Timbu seguiu em cima e sufocou o Bahia em seu campo, mas a zaga tricolor se manteve segura. Aos 42 minutos, porém, como quem punisse a renúncia tricolor de não ter partido em busca do triunfo, a bola disparada com precisão por Martinez não aceitou destino outro que não fosse o ângulo direito da meta de Lomba.