Sócios vão votar bloco de cinco pontos na assembleia
Sim" ou "não", escolherá o sócio do Bahia, neste sábado, 17, a partir das 9 horas da manhã. A realização da Assembleia Geral, na Arena Fonte Nova, culmina com o primeiro passo em cumprimento a ordem expedida pela Justiça, ao deflagrar o processo de intervenção do clube, em 9 de julho.
Os sócios - cerca de 9 mil já contabilizados - votarão por aceitar ou não as mudanças no estatuto do clube, que rege os princípios do tricolor desde 2008. São cinco pontos em discussão, que serão apresentados pelo interventor Carlos Rátis no início da reunião.
São eles: 1) Voto direto para presidente; 2) Mandato tampão para o primeiro cartola eleito pós-intervenção 3) Redução da maioridade eleitoral (de 18 para 16 anos) ; 4) Redução do conselho de 300 para 100 nomes, além de eleição proporcional e 5) Adoção da Lei da Ficha Limpa para os candidatos a presidente.
Estes tópicos serão apresentados em bloco. Ou o sócio concorda com as cinco propostas (votando 'sim') ou será contrário a todas elas (optando pelo 'não').
Embora criticado por alguns torcedores, este modelo foi o considerado o mais viável para conduzir uma eleição com um colégio eleitoral de quase 10 mil pessoas.
Comparação
A reportagem comparou os pontos de mudança do estatuto do Bahia com os regimentos internos dos maiores clubes do País (veja infografia ao lado).
Caso as alterações sejam aprovadas, o tricolor passaria a encampar a bandeira do pionerismo na remuneração e exclusividade para o cargo de presidente, ponto que não é aceito por nenhuma outra grande agremiação do futebol brasileiro atualmente.
Em consulta feita pelo jornal A TARDE, por meio do seu site, 86% dos leitores se mostraram favorável a esta medida em específico.
A Lei da Ficha Limpa, por exemplo, já é adotada pelos dois clubes mineiros (Cruzeiro e Atlético), e de três cariocas (Botafogo, Flamengo e Fluminense), criando restrições ao candidato de ocupar cargos desde que possua pendências na Justiça.
"A mudança do estatuto do foi uma necessidade que identificamos no Bahia para dar legalidade as ações da Justiça, em consonância com o que foi determinado no ato da intervenção", explica Carlos Rátis.
Separação
O juiz Mário Maron Agle esteve em contato na tarde desta sexta, 16, com o interventor Carlos Rátis para explicar a liminar expedida na última quinta-feira, 15.
Ao contrário do que foi noticiado em alguns veículos de imprensa, a decisão do magistrado não impede a realização da Assembleia de sócios. O juiz pediu que o interventor separasse as urnas entre os sócios antigos e novos, afim de dar mais transparência à eleição. "Vamos respeitar a decisão", disse Rátis.
Os novos sócios irão votar baseado em um artigo da Lei Pelé, que garante participação de todos os associados nos quadros do clube. Os antigos que regularizaram a situação - cerca de 700 - também estão aptos para participar.