Dentro do CT, time se mostra focado em treino tático
Se a 'receita' para vencer o Palmeiras, domingo, às 19h (da Bahia), na Fonte Nova, for concentração, o torcedor do Bahia já pode contabilizar os três pontos. Exageros à parte, a direção do clube tem seguido à risca o discurso de foco total para o duelo contra o Alviverde.
A primeira ação foi blindar o time. Desde a última quarta-feira, 28 jogadores e a comissão técnica estão isolados no Tivoli Eco Resort, hotel cinco estrelas na Praia do Forte (a 65 km de Salvador), que abrigou a seleção da Croácia durante a Copa do Mundo. Na tarde de quinta-feira, 30, mais uma demonstração do quão importante e decisiva é a partida diante do Palmeiras.
Na atividade realizada no Centro de Treinamento da Praia do Forte - localizado a cinco minutos do hotel -, portões fechados não apenas para a imprensa, mas também para os cerca de 70 torcedores que desde cedo aguardavam ansiosos no local a chegada do ônibus com a delegação tricolor.
"Cheguei aqui às 13h. Já se passaram duas horas e nem sinal do Bahia. Vim de Imbassaí só para ver os jogadores. Espero que cheguem logo, quero apoiá-los neste momento tão difícil", dizia o eufórico tricolor Galdêncio Conceição.
Pontualmente às 16h10, o ônibus azul, vermelho e branco chegou ao CT Praia do Forte. Porém, em frações de segundos a euforia de ver - mesmo que de dentro do ônibus - os jogadores transformou-se em uma grande decepção.
"O ônibus entrou e fecharam os portões. Para quê isso? Todo mundo que está aqui é Bahia, amamos o clube. Viemos de longe. Eu, por exemplo, vim de Madre de Deus. Outros, de Pojuca, Arempebe... não viemos protestar nem criar confusão", bradava o eletricista Carlos, que, coincidentemente, até no sobrenome carrega o nome do time, Bahia.
Acesso negado e com a bola já rolando no campo principal do CT da Praia do Forte, os torcedores encontraram uma solução inusitada. Subiram e passaram a espiar, ainda que de longe, o treino do Bahia no elevado de concreto - construído da entrada da Praia do Forte até o acesso à localidade de Açu da Torre, em Mata de São João.
"Deixar de ver o Bahia é que não posso ficar. Por isso eu digo: são nos momentos de dificuldade, que os torcedores verdadeiros aparecem", filosofou o estudante Ricardo Alves.
Olhares atentos
Do lado de dentro do CT, quem comandou o trabalho foi o auxiliar Jair Leite, sob os olhares atentos do técnico Gilson Kleina, que só observou a atividade. O time titular foi montado com Marcelo Lomba, Railan, Lucas Fonseca, Adailton e Guilherme Santos; Uelliton, Rafael Miranda, Bruno Paulista e Lincoln; Marcos Aurélio e Kieza.
O treinador tricolor foi punido pelo STJD após expulsão diante do Santos. Apesar de ter recebido pena mínima de uma partida, o departamento jurídico do Bahia entrou com o pedido de efeito suspensivo para que, diante do Palmeiras, ele ganhe condições legais de estar no banco de reservas. Até o final da tarde de ontem, nenhuma novidade. Caso a suspensão de Kleina seja mantida, o auxiliar Charles Fabian comandará o Tricolor de Aço.
Integrado
O zagueiro Titi, que era dúvida e fazia tratamento no joelho no Fazendão, foi liberado pelo departamento médico e, desde ontem, já está com o grupo na Praia do Forte. Sua presença no jogo de domingo, na Fonte Nova, ainda é incerta.
Ingressos
Mais de 1.700 ingressos haviam sido vendidos até as 18h de quinta, segundo a Arena Fonte Nova. As entradas mais baratas custam R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira) para o setor Super Norte da Fonte Nova.