Cajá aponta para o céu ao festejar primeiro gol
Da ressaca moral para a festa revigorante. É assim, entre altos e baixos, que tem sido a campanha do Bahia na Série B. Na terça, sem criar um única chance de gol, o time havia levado 1 a 0 do Londrina, fora de casa, em confronto com um adversário direto por uma vaga na elite do futebol nacional.
Neste domingo, 9, passada a depressão, foi a vez da euforia. Aproveitando-se de ter encarado o frágil Tupi, 18º colocado, o Esquadrão venceu por 4 a 0 na Fonte Nova.
A farra teve direito até a tento do canhoto Renato Cajá com a perna direita de fora de área e ao primeiro gol em uma partida oficial da cerreira do jovem Wesley Natã, 21 anos, contratado pelo Bahia há um mês junto à Chapecoense.
Essas foram justamente as duas primeiras bolas na rede deste domingo. Aos 11 minutos, Renato Cajá, com liberdade, arriscou de longe e acertou o canto direito do goleiro.
Aos 17, Edigar Junio recebeu pela ponta e cruzou para Natã acertar linda cabeçada, com estilo, no ângulo esquerdo. Emocionado, o garoto desabou em choro no gramado da Fonte Nova.
Enquanto isso, a torcida tricolor explodia em alegria nas arquibancadas. Aos 19, Juninho cobrou falta, a bola desviou no zagueiro adversário Gabriel Santos e morreu nas redes do Tupi.
O controle que o Bahia tinha do jogo era tanto que, ainda no primeiro tempo, o time quase marcou em outras três oportunidades. Aos 14, Hernane perdeu dentro da pequena área ao mandar para fora após receber passe açucarado de Renato Cajá. Aos 21, Tinga cruzou e Edigar Junio cabeceou por cima. Aos 40, Juninho driblou o marcador e soltou um foguete de fora da área. A bola raspou a trave esquerda.
Àquela altura, a torcida já festejava na Fonte Nova entre aplausos, sorrisos largos e cantos de incentivo à equipe. Do outro lado, o Tupi não oferecia qualquer ameaça.
Calmaria
No segundo tempo, a festa deu uma arrefecida. O Tricolor passou a tocar mais a bola para administrar o resultado. Aos 17 minutos, veio um susto, Giancarlo saiu na cara do gol e quase marcou. Muriel defendeu.
Régis, que entrou no segundo tempo em lugar de Renato Cajá, um dos destaques da partida, tratou de animar o povo outra vez. Ele parecia aquele convidado que chega na festa um tanto atrasado e põe a turma para dançar de novo.
Aos 24, o meia-atacante recebeu passe de Tinga, deu drible desconcertante no zagueiro e bateu com categoria no canto direito.
Dali para o fim, a animação ganhou ritmo mais lento de forma definitiva. Os 17.075 convidados que compareceram em bom número à Fonte Nova apenas apreciaram, com ar de satisfação, o fim da partida.
E foi bom que a arrefecida tenha ocorrido. Evitou assim uma ressaca futura. Uma goleada maior poderia ter criado uma euforia excessiva e deixado o Bahia embevecido. O time, melhor mandante da Série B com 11 vitórias e dois empates em 15 jogos na Fonte Nova, ainda precisa manter os pés no chão quando sair para jogar fora de seus domínios.
O jogo de domingo deixou o Esquadrão revigorado. Que embale de vez no campeonato. O G-4 está logo ali.
O time é o 6º colocado da Série B com 46 pontos, só dois a menos do que o Avaí, 4º colocado e dentro do grupo das equipes que vão ascender à Primeira Divisão ao final do ano