O atacante Gilberto teve boa atuação em campo, mas falhou nas finalizações
Reforços pontuais, jogadores mais técnicos, com mais “destreza” pela bola, controle do jogo e um futebol com mais ofensividade. Isso foi o que garantiu o técnico Roger Machado ao longo da semana. Em certos momentos, esse foi o Bahia visto na tarde deste sábado, 25, no empate sem gols, com o Santa Cruz, no Arruda, em Recife, na 1ª rodada da Copa do Nordeste, estreia de ambas equipes. Mas parece ser ainda apenas um esboço.
>>Veja tabela de classificação e jogos da Copa do Nordeste 2020
Na próxima rodada do Nordestão, o Bahia recebe o Impreatriz, no Pituaçu, às 20h. Antes disso, neste domingo, 26, o Tricolor volta as atenções para o Campeonato Baiano, quando enfrenta o Vitória da Conquista, no mesmo estádio, às 16h.
Time propositivo
Estreantes do dia, o meia Daniel e o atacante Clayson mostraram um pouco do que podem agregar ao Tricolor. O camisa 8, ex-Fluminense, jogou de cabeça erguida o tempo que esteve em campo, desfilou repertório de passes e lançamentos, além de mostrar ótima visão de jogo e intensidade. Enquanto o veloz ponta mostrou que gosta do confronto um contra um e boa técnica de drible e ousadia.
Mas tudo isso não foi transformado em gol ou, em alguns momentos, em lances de perigo por alguns detalhes específicos e, digamos, velhos hábitos. Daniel procurou o jogo o tempo inteiro, mas não teve o apoio de Gregore ou Flávio. Os dois volantes, titulares na última temporada, mostraram o já conhecido e reconhecido poder de marcação. São bons ladrões de bola. Mas para por aí.
Para se ter um time propositivo, como tanto deseja o técnico Roger Machado, não adianta ter apenas um jogador com tal característica no meio-campo, caso de Daniel. Gregore e Flávio erraram passes bobos, como sempre. Não fizeram as ultrapassagens necessárias para dar opção de passe. E essa mentalidade defensiva prejudicou, e muito, o ímpeto ofensivo do franzino camisa 8 e de Clayson.
Mas a culpa não cai apenas sobre os jogadores, mas principalmente sobre o comandante. Como no Brasileirão de 2019, Roger fez mudanças previsíveis, faltou ousadia. Contra um frágil e acuado Santa Cruz, Roger trocou seis por meia dúzia, talvez até por menos, mas não para mais. Jadson no lugar de Daniel. Fernandão no Lugar de Gilberto, Rossi no lugar de Clayson. O que impressiona, negativamente, é que durante a semana ele testou o time com Élber, Clayson, Rossi e Gilberto juntos. Vá entender.
O resultado não foi o esperado, mas, talvez, com mais treinos e, principalmente, ousadia do treinador, o Bahia possa se transformar no time ousado, agressivo e que mantém a posse de bola. Postura desejada por torcida, comissão técnica e jogadores.
O jogo
Com duas peças fundamentais – Daniel e Clayson –, o Bahia soube controlar o jogo, trocar passes, ter paciência para acelerar ou conter a partida. Mas faltou intensidade em muitos momentos, faltou as linhas trabalharem em blocos.
Clayson e Daniel mostraram suas credenciais. O veloz atacante driblou, partiu pra cima, chutou, tentou assistência, incomodou muito. O meia, garçom do Fluminense em 2019, organizou o time, desfilou um repertório de bons passes e demonstrou uma grande facilidade para limpar as jogadas, para deixar os companheiros em boa situação.
Mas faltou ao restante do elenco tricolor entender a nova filosofia de jogo. João Pedro, que ganhou a vaga de Nino Paraíba nesse início de temporada, fez boas tabelas com Gilberto — segue no Bahia para o restante da temporada, a confirmação foi do presidente Guilherme Bellintani. Os dois perderam boas chances, assim como Élber.
O time pernambucano deu pouco trabalho para o goleiro Douglas, que, inclusive, foi expulso em um lance, no mínimo, questionável, e teve que ver Fernandão assumir as luvas e ainda fazer uma bela defesa.