Charles conversa com Kleina no centro do campo antes de treino
Quem esperava um time já com o toque de Gilson Kleina contra o Corinthians, neste sábado, 16, verá na realidade uma equipe em transição. O novo treinador confirmou que, por ora, pretende usar os conhecimentos de Charles Fabian, numa autêntica tabelinha com o ex-interino.
"Charles será peça fundamental nesse projeto de quatro meses no Bahia. Será a pessoa que mais vou ouvir, porque conhece os caminhos do clube e o elenco profissional", admitiu o treinador, na quinta-feira, 14, na sua coletiva de apresentação. "Estou chegando numa antevéspera de jogo, então vou respeitar o que ele pensou para enfrentar o Corinthians", completou.
O discurso de cooperação foi colocado em prática logo no primeiro treino de Kleina. Enquanto os jogadores faziam o aquecimento, o treinador e Charles conversaram isolados no centro do gramado por quase 15 minutos. Em seguida, quem distribuiu os coletes da equipe titular e orientou os jogadores foi o prata da casa. Gilson se retirou e ficou só observando tudo da faixa lateral.
Com a bola rolando para o coletivo, Charles se sentiu à vontade para parar o treinamento a todo tempo e dar as orientações necessárias. Kleina participou poucas vezes, como numa conversa ao pé do ouvido com o lateral-direito Railan.
Em campo, um time muito similar ao que o auxiliar vinha escalando. As mudanças foram por obrigação: Railan ganhou a vaga de Roniery, Raul a de Guilherme Santos e Maxi a de Rhayner - os três titulares estão suspensos. No meio, Emanuel jogou no lugar de Marcos Aurélio, poupado por estar gripado. Na zaga, Titi retornou após cumprir suspensão contra o Goiás.
Ao final da atividade, Kleina reuniu os jogadores no centro do gramado e, com o auxílio de uma prancheta, fez algumas observações sobre o que viu.
Político
A postura conciliadora de Kleina não surgiu à toa. Ex-treinador do sub-20, Charles assumiu a equipe há 21 dias. Desde então, a equipe, que não vencia há nove partidas, ganhou duas e empatou uma. O astral do grupo também melhorou, segundo declarações dos próprios jogadores. A aceitação em torno do seu nome foi tanta que a torcida apoiou a efetivação do interino, e o diretor de futebol do clube, Rodrigo Pastana, admitiu que o Bahia demorou em contratar Kleina porque pensou em colocar Fabian como treinador.
"Se o time jogava de uma maneira, com Charles a postura mudou. O Bahia passou a atacar mais e sofreu menos. Tudo isso vamos conversar com ele, que se mostrou uma pessoa de muito carisma e que tem história no clube", reconheceu Kleina.
O treinador quer contar com essa nova postura para tirar o time do Z-4. "A análise que faço é que temos condições de brigar por um patamar mais acima, mas hoje temos que ter muita atenção e conviver com a realidade", salientou.