Rio de Janeiro - A participação da ginástica artística do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro começou com o drama da lesão de Daiane dos Santos e terminou com quatro medalhas de ouro, sendo três dos homens. No total, foram 11 medalhas: quatro douradas, duas de prata e cinco de bronze.
As medalhas de ouro de Diego Hypólito (salto e solo) e Mosiah Rodrigues (barra fixa), nesta terça-feira, foram as primeiras da equipe masculina de ginástica na história dos Jogos Pan-Americanos.
"A gente vem crescendo ano a ano. Em Santo Domingo (Pan de 2003) a equipe foi medalha de prata com uma diferença bem maior. Aqui foram só três décimos", disse Mosiah em entrevista coletiva sobre o segundo lugar dos homens por equipes, atrás de Porto Rico, no Rio.
A equipe feminina também levou a prata por equipes, mas a participação das meninas foi, em grande parte, ofuscada pelo drama de Daiane dos Santos. Ela torceu o tornozelo direito no dia 6 de julho, durante treino no Rio, e esteve ameaçada de não participar da competição.
Liberada para a disputa por equipes, a ginasta gaúcha lesionou o tornozelo esquerdo na prova de solo após, segundo ela, ter compensado o peso no pé que estava sem problemas. A nova lesão a tirou da final do solo.
Mesmo sem Daiane, grande favorita ao ouro e protagonista de uma das provas mais esperadas do Pan, as brasileiras consideram positiva a participação da equipe feminina, que superou as conquistas do torneio de Santo Domingo, em que levaram quatro medalhas (duas de prata e duas de bronze).
"Foi excelente (o Pan) para o feminino. A gente ganhou a medalha de prata por equipes, que é o que a gente perseguia desde Santo Domingo e superamos as medalhas por aparelhos", disse Daniele Hypólito sobre o Pan de 2003, quando elas levaram o bronze por equipe.
No Rio, o destaque foi Jade Barbosa, que conquistou a medalha de ouro no salto e a de bronze no solo, depois de deixar escapar o primeiro lugar no individual geral e terminar em quarto lugar. Laís Souza foi bronze no salto e nas paralelas e Daniele Hypólito levou a medalha de bronze na trave.
Torcida - A torcida brasileira que compareceu em bom número em todos os quatro dias de competição de ginástica artística foi apontada como um dos fatores que levaram os ginastas a conquistarem o melhor resultado da modalidade em Pans.
A torcida participou ativamente da conquista da medalha de ouro de Mosiah e a de bronze de Danilo Nogueira na barra fixa. Mosiah foi o primeiro a fazer os exercícios e viu a torcida "secar" seus adversários um a um. Os dois últimos competidores, ambos norte-americanos, acabaram caindo.
"A torcida com certeza ajudou demais, dando confiança para os atletas brasileiros. Só não gostei das vaias aos adversários, não acho elegante", avaliou o auxiliar técnico da equipe masculina e treinador de Diego, Renato Araújo.
Os ouros de Diego no solo e no salto eram esperados, mas a medalha dourada de Mosiah foi uma surpresa. "A torcida brasileira tem dessas de torcer a favor e também contra, tipo Grêmio e Inter", disse o gaúcho Mosiah, acrescentando que foi para a final para tentar um lugar no pódio, não importava qual a posição.
Mosiah comemorou o resultado da ginástica masculina, melhor do que as seis medalhas (três de prata e três de bronze) de Santo Domingo, mas disse que é preciso pensar no futuro.
"A receita é trabalhar bastante e ter paciência. Agora é pensar nas categorias inferiores, tem que dar continuidade," finalizou o ginasta de 25 anos.