As sete empresas autorizadas pelo governo do Estado a apresentar estudos para a construção do novo estádio da Fonte Nova têm o prazo de 45 dias úteis para entregar os projetos à Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda da Bahia (Setre).
A autorização da última empresa, o Consórcio Plurisport, foi veiculada no Diário Oficial do Estado na quarta-feira, 7. Um dia antes, foi publicada a autorização para as demais empresas interessadas: KPMG SF; Urplan Grupo de Planejamento, Urbanismo e Arquitetura Ltda.; Tecnosolo S.A.; Setepla Tecnometal Engenharia Ltda.; Ernst & Young Associados e a Ponto Z Arquitetura, Paisagismo e Consultoria. O prazo para entrega dos projetos teve início a partir da data de autorização.
As empresas vão apontar soluções para o estádio e área circunvizinha. Ou seja, a demolição do estádio - medida sugerida pelo governador Jaques Wagner logo após o desastre em novembro de 2007 - ainda é incerta. Cada empresa vai dizer qual o melhor destino para a praça esportiva, se deve haver demolição do equipamento ou se a estrutura deve ser aproveitada.
O titular da Setre, Nilton Vasconcelos Júnior, explica que a questão da demolição ainda será analisada. "Não há alteração na decisão do governador de demolir. À época da declaração sobre a demolição, o governador não foi específico quanto a abrangência. A extensão da demolição é incerta, pode ser parcial ou total, mas isso vai depender dos projetos. Nossa expectativa é que as propostas reúnam elementos para alternativas viáveis".
Ele ressalta que os estudos também têm que indicar quais serão os investimentos públicos necessários para a região do entorno, como sistema viário e recuperação de patrimônio histórico. Os projetos também podem definir uma mudança da capacidade do estádio, mas segundo o secretário, o assunto ainda vai ser discutido. "Nessa fase não teremos projetos executivos. Trata-se de um projeto conceitual", diz.
Outra discussão é relacionada à mudança do nome do estádio. "Existem algumas estratégias utilizadas na europa de batizar o estádio com o nome de uma empresa. Em razão da utilização desse nome, a organização encarregada da manutenção do equipamento recebe um valor da empresa. É um mecanismo de financiamento. No nosso caso, qualquer novidade deste tipo será analisada, para que não comprometa a designação do espaço, que é tradicional", afirma.
Depois do prazo de 45 dias úteis, os projetos serão analisados por técnicos do Grupo de Trabalho da Copa 2014, formado por representantes de secretarias do Estado. A melhor proposta será eleita por este grupo, que vai levar em consideração a sustentabilidade econômico-financeira, legal e ambiental de cada projeto.
"Para uma avaliação mais precisa, os critérios devem ser mensurados. O grupo está pontuando melhor os critérios, para estipular quais os aspectos mais relevantes e os menos relevantes. Há ainda a possibilidade de que os estudos apresentados sejam aproveitados parcialmente. Nesse caso terá de haver uma análise diferenciada", destaca o Nilton Vasconcelos Júnior.
Ainda não há data estabelecida para a escolha do melhor projeto. No entanto, como o governo do Estado tem interesse de que Salvador seja uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014, a escolha tem que acontecer até o mês de março. Este é o prazo final para que as cidades interessadas em sediar jogos do Mundial apresentem suas propostas.
Mas o titular da Setre acredita que o projeto deve ser definido antes deste prazo. "Não fixamos data ainda, mas nosso prazo é o mínimo possível. Queremos que até o final deste ano esses processos já estejam equacinonados. Imaginamos que em março teremos estabelecido não apenas o que é o projeto e quando ficará pronto, mas também quais serão os investimentos públicos ligados a segurança e estrutura urbana", frisa. Para o término da construção do novo estádio, o secretário estima prazo até o final de 2012.
De acordo com o Nilton Vasconcelos Júnior, algumas empresas interessadas na construção do equipamento revelaram custo na ordem de R$300 milhões para as obras. "Como o estado não considera prioridade um investimento deste porte na construção de um estádio, enfatizamos a idéia de sustentabilidade. O estado tem intenção de que a gestão seja terceirizada e para isso é preciso que os projetos apresentados tenham elementos para essa viabilidade", afirma.
Por enquanto, o futuro da praça esportiva permanece indefinido, após mais de cinco meses da sua interdição. O estádio da Fonte Nova foi interdidado depois que uma laje de 5 x 0,8m caiu, matando sete torcedores do Bahia, em 25 novembro do ano passado. O desastre aconteceu durante partida entre Bahia X Vila Nova, quando o time baiano conquistou vaga na Série B do Campeonato Brasileiro. Além do estádio, o Ginásio Antonio Balbino e a escola que funcionava no local também foram interditados.