Neste domingo, 7, quando o árbitro mineiro Alício Pena Júnior soar o apito decretando o final do jogo entre Vasco e Vitória, o torcedor rubro-negro, independentemente do resultado, terá muito o que comemorar.
Após três anos longe da elite do futebol nacional, o Leão não só voltou, como permaneceu na série A. Contrariou os prognósticos levantados, até mesmo pela conceituada Revista Placar, que no guia 2008 do Brasileirão, creditava ao Leão um das vagas ao rebaixamento.
Para fechar com chave de ouro a campanha: a vaga na Copa Sul-Americana, segunda competição mais importante entre clubes no continente sul-americano, inferior apenas à Copa Libertadores da América.
Retrospecto – Para conseguir tal façanha, porém, não foi nada fácil. Na reestréia na Série A, a derrota no dia 10 de maio em casa para o Cruzeiro, por 2 a 0, deixou os cerca de 14.679 torcedores apreensivos.
Afinal, a pergunta que “não queria calar”, até então, era uma só: novo rebaixamento ao final do ano? Os resultados seguintes, porém, trataram de sanar qualquer tipo de desconfiança.
Na nona rodada, por exemplo, o triunfo fora de casa por 2 a 1 sobre a Portuguesa fez o Leão entrar pela primeira vez no G-4, em quarto lugar. Mas, ainda não era suficiente.
Passados três dias, a goleada sobre o Botafogo, por 5 a 2, em pleno Barradão, colocou o time de Vágner Mancini na vice-liderança e acabou ganhando destaque na mídia nacional.
O blog de Lédio Carmona, comentarista do Sportv, dava destaque ao Leão. Em um post com o título ‘Tempo de Vitória’, o jornalista exaltava o rubro-negro: “O Vitória não é mais surpresa. Tornou-se a realidade mais agradável desse Brasileirão-2008, pintado, até o momento, de vermelho e preto”.
O jornalista Mauro Beting também fazia os seus elogios: “A melhor e mais consistente surpresa do Brasileiro”, dizia.
Queda - Coincidência ou não, após a saída do atacante Dinei, – até hoje, artilheiro rubro-negro no campeonato, com oito gols –, para o Celta de Vigo, da Espanha, o bom desempenho e o sonho do primeiro título brasileiro, aos poucos, foi perdendo força.
A despedida do camisa 9, foi no último jogo do primeiro turno, na goleada por 5 a 0 frente ao Vasco. Já pelo returno, a oscilação do Vitória na tabela ficava evidente. O sexto lugar foi a melhor posição conquistada.
Nem por isso, o Leão desistia da briga pela tão sonhada vaga à Libertadores, uma vez que o título já era algo quase que impossível. A meta, porém, esbarrou, no jejum de sete jogos sem triunfos.
A má fase começou após vencer a Portugusa por 3 a 1, na 28ª rodada. Depois: derrotas para Botafogo (3 a 1), São Paulo (2 a 1), Náutico (1 a 0), Atlético-MG (1 a 0), Atlético-PR (2 a 1) e empate para o Fluminense (2 a 2).
Conseqüentemente, queda no desempenho da equipe, que, na ocasião, passou a figurar na metade da tabela, em décimo lugar. O sinal de alerta foi acionado. Afinal, em dezesseis jogos disputados no returno, o Leão, só havia somado treze pontos: três vitórias, quatro empates e nove derrotas. A chance de rebaixamento chegou até a surgir, pequena, bem verdade, apenas 0,01%.
O acordo de paz com a torcida só foi selado duas semana atrás, contra o Grêmio, que veio à Salvador, para diminuir a diferença em relação ao São Paulo, então líder da disputa. Resultado: 4 a 2 para o Vitória e, de quebra, 99,5% de garantia da vaga para a Sul-Americana.
A certeza absoluta deste número, só veio com o empate em 0 a 0 diante do Palmeiras. Neste domingo, o rubro-negro encara o Vasco, com a consciência, que fez, na medida do possível, um bom torneio.
VASCO X VITÓRIA
Vasco - Rafael; Odvan, Jorge Luiz, André e Vagner Diniz; Jonilson, Mateus, Madson e Johny (Edu); Edmundo e Leandro Amaral. Técnico: Renato Gaúcho.
Vitória - Gléguer; Rafael, Marcelo Batatis, Leonardo Silva e Marcelo Cordeiro; Vanderson, Renan, Leandro Domingues e Willans; Marquinhos e Jackson. Técnico Vágner Mancini.
Local: Estádio de São Januário, às 17h20
Árbitro: Alício Pena Junior (MG)