“Até quando o Complexo Aquático da Fonte Nova poderá ser utilizado?”. Este era apenas um dos dois questionamentos do presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos, Sérgio Silva, momentos antes ao início da reunião a portas fechadas no gabinete do secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, nesta terça-feira, 20.
Após uma hora e meia de conversa, que ainda contou com a presença do superintendente da Sudesb, Raimundo Nonato, o Bobô, pelo menos parte da pergunta teve resposta. “Ele [Nilton Vasconcelos] garantiu que até outubro do ano que vem, as piscinas da Vila Olímpica se manterão intocáveis. A demolição da Fonte (Nova) começaria pela direção oposta, precisamente, ao lado do ginásio Balbininho”, bastante emocionado disse.
Com isso, as duas principais competições agendadas para 2010 estão garantidas no complexo que dispõe de duas piscinas: a General Juracy Magalhães, única olímpica (50 x 25 m) da capital baiana e a Walter Figueiredo Silva, usada para aquecimento (25 x 25 m).
A primeira disputa ocorrerá em abril, o torneio Nordeste de Clubes, que trará a capital baiana cerca de 600 atletas. Enquanto, em setembro, será a vez do Norte-Nordeste. “São as duas maiores competições regionais do País. Estou emocionado porque esses dois eventos não serão devolvidos à CBDA. Nós iremos realizá-los”, endossou.
No entanto, nem todos os problemas foram resolvidos. Questionado sobre o destino ao qual teriam as instituições (Sudesb, Saeb, Capes, Clube Olímpico, Abav e FBDA) e as duas mil pessoas – que usufruem da Vila Olímpica da FonteNova de terça a domingo, das 5h às 21h –, após outubro de 2010, Sérgio Silva não soube responder.
Segundo ele, o secretário da Setre “voltoua falar sobreapossível construção do Complexo Aquático em Pituaçu”, porém, não precisou omomento exato, tampouco a verba a ser utilizada para a construção da nova infra- estrutura desportiva. “Sobre isso, ele não tocou no assunto.
Somente especulou possíveis áreas. Citou, por exemplo, o entorno de Pituaçu, além de uma localidade próxima à Fonte Nova”, explicou o dirigente da FBDA. Seu grande receio é que o Estado, que já revelou várias estrelas na natação (a exemplos de Viviane Motti, tricampeã brasileira de maratonas aquáticas; Ana Marcela Cunha, atual vice-líder mundial dessa modalidade e Edvaldo Valério, bronze no revezamento 4 x 100 m livre em Sydney 2000) fique reduzida a apenas uma piscina com medições oficiais: a do Sesi, em Valença.
“A distância, os custos e a ausência de uma piscina de aquecimento são apenas alguns dos problemas. Seria complicado fazer um evento a nível nacional com todos esses entraves. Antigamente, tínhamos mais opções”, relembra Sérgio Silva em referência às piscinas dos antigos clubes sociais de Salvador.
Ficou mudo - Bastante solicito em outras oportunidades, desta vez, porém, o secretário Nilton Vasconcelos preferiu o silêncio. Comentários sobre a reunião apenas por intermédio da assessoria de imprensa, que no final da tarde, divulgou uma nota. No documento, o superintendende da Sudesb, Bobô, propõe alternativas para não se parar as atividades aquáticas em Salvador. "Uma das propostas é reproduzir, na capital, o modelo de piscinas que estamos construindo no interior do Estado.
São projetos de piscinas semi-olímpicas (25 m X 12 m) que já estão prontos, o que garantiria maior agilidade na implantação dos equipamentos", informa. A nota ainda afirma que, além da construção de um Parque Aquático em Pituaçu – a Setre aguarda parecer da Secretaria estadual de Meio Ambiente quantoà localizaçãoproposta–, Nilton Vasconcelos ressalta que o Governo trabalha também com a possibilidade de aluguel provisório de piscinas existentes em clubes da cidade, a partir da desativação da área da Fonte Nova, prevista para acontecer somente a partir do próximo ano.
“Os atletas e para-atletas da natação baiana têm tido destaque em todas as competições nacionais e internacionais que participam”, justifica o secretário da Setre.