Seu nome se confunde com a Davis no Brasil. Quer uma prova? Houve um tempo em que na rua era chamado de ?Koch Mandarino?, por causa do enorme sucesso da dupla que formava com Edson Mandarino, a mais vitoriosa do tênis nacional.
Agora, depois de 16 anos como jogador, Tomas Koch volta à cena para participar do comando da equipe brasileira, com amplitude e planos de reerguer o tênis no País.
Entusiasmo não falta. Principalmente após um longo período de ostracismo, quando não era bem-vindo nem nas partidas da equipe. ?Estou estreando na Davis?, brinca Koch. ?E o melhor desse convite é que não se limita a eu estar nos jogos da Davis, que ocupam duas semanas do ano. A idéia é ajudar no desenvolvimento do tênis.?
Um dos principais desafios, segundo ele, é mudar a mentalidade do jogador brasileiro em quadra. ?Vejo neles uma postura negativa. A grande maioria é muito frágil emocionalmente?, explica Koch. ?Fora que não vejo nenhum jogador acima da média. Está tudo muito nivelado.?
Em momentos complicados, como o atual, contar com a orientação e a experiência de um grande tenista pode ajudar. Mas Koch faz uma ressalva: ?Isso também vai depender muito do fato de o jogador estar aberto a ouvir.?
A renovação que ele espera promover será gradual. ?Deve ser suave, nada radical.? Por isso mesmo, considera interessante ter seis jogadores - todos em igualdade de condições e regalias - para mesclar à vontade. ?Até os prêmios são iguais. É mais democrático.?
Nessa empreitada, terá ajuda de Chico Costa e João Zwetsch, os outros integrantes da comissão técnica. ?Gostei muito desse formato?, comentou o ex-jogador. ?Assim, não fico como dono da verdade e podemos dividir as decisões.?
TRAJETÓRIA DE SUCESSO - Koch começou a jogar aos 5 anos, no clube na frente de sua casa, em Porto Alegre, a Associação Leopoldina Juvenil. Em 1963, aos 18 anos, era o melhor do mundo em sua idade.
Teve uma carreira brilhante. Chegou às quartas-de-final do US Open, de Wimbledon e de Roland Garros. Entre tantos torneios que conquistou, levou o título de Barcelona em 1966, com vitória na final sobre o ídolo local Manuel Santana. Conseguiu façanha semelhante em Washington, ao superar na decisão o venerado Arthur Ashe.
Com a camisa da Davis, disputou 44 confrontos e fez 118 jogos, com 74 vitórias (46 de simples e 28 de duplas). É o 7.º maior vencedor de todos os tempos na competição, atrás de Nicola Pietrangeli (total de 120 vitórias), Ilie Nastase (109), Manuel Santana (92), Gottfried von Cramm (82), Alex Metreveli (80) e Balazs Taroczy (76).