Carlos Dias (à dir) está em Salvador, 24ª cidade do seu "desafio das capitais", onde corre por 24 h
Se uma das metas do esporte é superar limites, o ultramaratonista Carlos Dias, de 40 anos, é uma daquelas pessoas que buscam levar a atividade esportiva para muito além do limite da mera disputa em ser o melhor.
Carlos deu início na manhã desta sexta-feira, 9, às 8 horas, a etapa em Salvador do seu projeto "Desafio das Capitais", onde o atleta correrá por 24 horas seguidas (apenas com pequenas paradas para alimentação, hidratação e alongamento) na área localizada na Alameda das Samambaias, no bairro de Piatã.
A capital baiana é a 24ª cidade a receber o ultramaratonista, que começou sua saga em março deste ano no Rio de Janeiro, terminando o projeto entre os dias 31 de agosto e 1 de setembro, em São Paulo.
Carlos viaja sozinho para todas as cidades e conta com o apoio de amigos, conhecidos e, principalmente, apoiadores locais, para montar uma estrutura básica para a realização do desafio.
Além do fator esportivo, Carlos agrega ao desafio uma causa nobre: cada pessoa que quiser acompanhar o ultramaratonista durante uma parte do percurso, além de ganhar um kit de participação, doa uma quantia (20% dos R$ 50 do valor total) para ao hospital do GRAAC, Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, em São Paulo.
"O formato do desafio é esse: se integrar com as pessoas do lugar e fazer parcerias, tudo com a mesma energia. Não é um projeto para bater recordes e ganhar medalhas. E sim para ajudar a divulgar o trabalho de um hospital referência na América Latina no combate ao câncer infantil", disse Carlos, que não para o desafio nem mesmo para dar entrevista.
Profissional multitarefa
A rotina de Carlos tem sido basicamente a mesma desde março: a cada início de semana, o ultramaratonista chega na capital que receberá o desafio da semana para encontrar parceiros e o local da prova, que normalmente acontece no final de semana.
Formado em administração e com especialização na área de recursos humanos, Carlos usa das suas habilidades profissionais para conseguir a verba e o suporte necessário em cada uma das cidades que chega.
"Sou meu próprio gestor. Além de correr, sou palestrante corporativo, faço treinamento em empresas e organizo algumas provas de corrida em São Paulo. Um atleta tem que ter esse olhar de administrador quando quer montar um projeto. Não se deve procurador um patrocinador apenas pedindo uma ajuda, mas sim mostrando o que o seu projeto pode agregar para ele. Não se avança sem parcerias".
Em Salvador, o grupo de corrida Marathon Club, do professor Alexandre Huang, a fisioterapeuta Isamara Bezerra e até o presidente do grupo de moradores da Alameda da Samambaia, local onde é realizado o desafio, estão entre alguns dos apoiadores do projeto.
"Carlos mandou uma lista com o que ele precisava de alimentação e vários dos nossos alunos colaboraram com alguma coisa. É muito bacana ajudar essa aventura dele que estimula todos, no lado esportivo e de caridade", disse Alexandre Huang.
Quem quiser acompanhar mais da saga de Carlos Dias em Salvador pode se dirigir a Alameda das Samambaias, onde o ultramaratonista fará o seu desafio até às 8 horas deste sábado, 10. E quem quiser saber mais sobre os seus projetos e continuação do desafio pelas capitais brasileiras, pode acessar o site oficial do atleta.