Medalhas dão vantagem para as duplas brasileiras
No dia em que o Rio de Janeiro completou 450 anos, o vôlei de praia brasileiro fez a festa na praia de Copa cabana ao conquistar as duas medalhas de ouro do desafio 'Melhores do Mundo', com vitórias sobre duplas americanas, tanto no masculino como no feminino.
Na primeira partida do dia, a dupla 100% carioca formada por Pedro Solberg e Evandro festejou em grande estilo o aniversário da cidade ao atropelar John Hyden e Tri Bourne por 21-12 e 21-14, dando o troco da derrota por 21 a 18 que sofreram na sexta-feira, na fase classificatória.
Em seguida, foi a vez de Larissa e Talita garantirem o ouro ao superarem com autoridade as americanas Jennifer Fopma e Summer Ross com autoridade, em dois sets, com parciais de 21-12 e 21-19.
O Brasil já garantiu a vitória no desafio no sábado, e as duas medalhas de ouro deram vantagem ainda mais ampla, com placar final de 35 a 13.
Além dos dois ouros deste domingo, o vôlei de praia brasileiro também faturou uma medalha de bronze, conquistada no sábado por Bruno Schmidt e Thiago.
Os Estados Unidos tiveram que se contentar com o bronze no feminino, que foi para a tricampeã olímpica Kerry Walsh e sua parceria April Ross, medalhista de prata em Londres.
Presidente do COI na arquibancada
As finais foram disputadas na presença do presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, que está visitando a cidade esta semana para observar os avanços dos preparativos para os Jogos.
Sorridente, o dirigente parecia encantado com o ambiente festivo e posou para fotos ao lado dos campeões.
"É uma honra ganhar este torneio grandioso, ainda mais aqui, em casa, no aniversário da cidade onde nasci e fui criado. É uma grande preparação para o circuito mundial, que vai definir as vagas para as Olimpíadas", comemorou Evandro.
"Foi ótimo sentir a vibração de Copacabana, no mesmo lugar onde o torneio olímpico será disputado", completou o jogador de 24 anos.
Empurrados pela torcida, os brasileiros entraram em quadra com bastante agressividade, diante de uma dupla americana que demorou a entrar na partida.
Por mais que não tenha os 2,10 m de Evandro (tem 'apenas' 1,94 m de altura), Pedro Solberg mostrou-se muito eficiente no bloqueio, marcando pontos decisivos para colocar o placar em 6-2 e 7-3.
Evandro também faz valer sua potência e soltou o braço numa cortada espetacular, para abrir oito pontos de frente (12-4).
A vantagem chegou a dez pontos (19-9) e os brasileiros conseguiram fechar a parcial tranquilidade, com uma bela cortada de Pedro, que colocou a bola no chão para fazer 21-12.
O segundo set começou bem mais equilibrado. Os americanos acordaram no jogo e dominaram até a parcial ficar empatada em 6-6. O ponto seguinte acabou sendo decisivo. Num rali sensacional, Evandro deu vantagem pela primeira vez ao Brasil com uma linda paralela.
A dupla carioca conseguiu administrar a vantagem e fechou o jogo em 21-14, levando a torcida ao delírio.
Disputa acirrada por vagas olímpicas
"Sempre acreditamos muito no nosso time, desde que a dupla foi formada. Sabíamos das dificuldades de formar uma equipe com dois bloqueadores. Muita gente não acreditou que pudéssemos ter sucesso tão rápido, mas nos cinco torneios que disputamos, fizemos quatro semifinais, conquistamos dois títulos, e este o mais importante até agora, no Rio de Janeiro", ressaltou Pedro.
"É muito especial ganhar em casa, no dia do aniversário da nossa cidade, que a gente ama tanto, a cidade mais linda do mundo. Sempre tive o sonho de disputar uma Olimpíada, então o sonho de participar deste grande evento no Rio é maior ainda", acrescentou.
Antes mesmo da competição, o gerente de seleções Franco Neto já tinha avisado que iria ficar de olho na dupla carioca.
"Pedro e Evandro se juntaram há pouco tempo (no início do ano). São dois jogadores que já mostraram resultados individuais e têm um currículo invejável, que requer respeito e atenção. A equipe ainda foi testada em competições fortes, então o desafio com os Estados Unidos é uma oportunidade para atletas mais novos mostrarem seu valor", explicou.
O sucesso de Pedro e Evandro promete uma disputa acirrada pelas duas vagas do Brasil no torneio masculino.
Os veteranos Ricardo e Emmanuel são fortes concorrentes, assim como Bruno Schmidt e Alison. Bruno conquistou o bronze ao lado de Thiago, já que Alison ficou fora do torneio de última hora, por ter sido operado na semana passada pela retirada do apêndice.
O duelo feminino foi parecido, com amplo domínio das brasileiras no primeiro set, e uma vitória emocionante por 21 a 19 de Larissa e Talita no segundo.
"O Brasil está de parabéns, conseguiu colocar bastante pontos para frente, vencendo a maioria dos jogos. Quando mais a gente puder jogar, adquirir respeito em relação os adversários, melhor", comemorou Talita.
Larissa já ganhou um desafio contra os Estados Unidos em 2009, em Phoenix, quando ainda jogava ao lado de Juliana, com quem conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Londres-2012.
"Na final 2009 foi bem legal também, ganhamos da Walsh e da May (dupla tricampeã olímpica, e este ano começamos novamente com pé direito. Vencer dos Estados Unidos tem um gostinho especial, há uma rivalidade muito grande, os dois países estão sempre nas maiores decisões", lembrou.