O panorama do time mudou em menos de uma semana com Rodrigo no comando | Foto: Pietro Carpi | EC Vitória
Em seis dias, tudo mudou no Vitória, e os números mostram que a metamorfose do Leão veio para apresentar uma versão melhorada. O time que chegou a ter só um ponto de vantagem para a zona do rebaixamento hoje respira aliviado e permite até que os torcedores mais otimistas voltem a fazer contas para um possível acesso. A distância para o G-4 é a mesma que para o Z-4: oito pontos.
O que deu início ao processo de transformação no panorama do Vitória na Série B foi uma troca de treinadores. Eduardo Barroca saiu de cena e Rodrigo Chagas deixou o sub-20 para assumir interinamente o comando do time principal. A tendência, de acordo com apuração do A TARDE, é que ele seja efetivado no cargo.
Curiosamente, dessa vez a troca de treinadores não aconteceu por vontade do clube. Desde que assumiu a presidência, no fim de abril do ano passado, Paulo Carneiro já demitiu cinco técnicos em busca de mudanças. Mas elas só apareceram agora, quando foi o técnico que escolheu abandonar o barco.
Barroca aceitou o convite do Botafogo na véspera de uma partida do Leão pela Série B. A solução encontrada pela diretoria para o problema de última hora foi deixar o time, provisoriamente, sob o comando de Rodrigo Chagas, que fazia bom trabalho com o sub-20. Enquanto isso, os cartolas davam início à busca por um novo técnico.
Com um triunfo convincente sobre o CRB e apoio dos jogadores no vestiário, Chagas ganhou tempo e foi para a beira do campo mais uma vez. Contra o Paraná, vitória por 4 a 1, o que fez esfriar a procura da diretoria por um novo nome. Hoje, os cartolas entendem que a solução dos problemas do clube pode já estar na Toca.
Pé no chão
Rodrigo Chagas tem um bom início no comando do Vitória, mesmo que ainda de forma interina, mas essa não é a primeira vez na história do futebol que a chegada de um novo treinador faz um time reagir dentro de campo.
É preciso ter pés no chão e avaliar com mais calma o trabalho de Chagas, que teve pouco contato com o grupo desde que assumiu interinamente.
Em 27 de novembro, o treino ainda foi dado por Eduardo Barroca. No dia seguinte, ocorreu o jogo contra o CRB e não houve atividade na Toca. Os jogadores voltaram a treinar dia 29, mas só os reservas foram para campo com Rodrigo. No dia 30, por conta de um atraso no voo para Curitiba, o fim da preparação foi feita em um hotel.
Por mais que Rodrigo Chagas tenha conseguido resultados que ainda não tinham sido alcançados, qualquer mudança vista até agora é mais fruto de conversa do que de trabalho em campo com os atletas.
“Tenho trabalhado muito nesse aspecto, no psicológico dos atletas. Quero fazer com que eles entendam que são capazes, tanto que fizeram isso nos últimos jogos”, disse o atual comandante.
Outro ponto que precisa entrar em foco nesse momento é o fator financeiro. Os jogadores do Vitória, que convivem com atrasos salariais desde o fim do ano passado, viram a diretoria antecipar receita da próxima temporada para ajudar a quitar essas dívidas. O Conselho Deliberativo autorizou a manobra na noite de 26 de novembro.