Salão elegante tem decoração minimalista que combina referências das culturas árabe e baiana
Não faz nem um mês que o Mustaffá abriu as portas na Graça. Isso não quer dizer, porém, que se trata de um estreante. O restaurante especializado em comida árabe está apenas dando continuidade a uma trajetória que já dura mais de duas décadas.
Tudo começou em 1994, com a inauguração de sua primeira unidade, no Pelourinho. Logo depois, uma segunda foi inaugurada na própria Graça, no então Clube de Bridge da Bahia, onde o restaurante permaneceu durante 12 anos. Rio Vermelho e Ondina também fizeram parte do itinerário.
Quem nos conta essa história é Elizabeth Ganem Harfush, criadora do Mustaffá, que traz para o restaurante uma expertise baseada na herança familiar. "Sou filha, neta, bisneta e tataraneta de libaneses", sentencia.
Encontro de culturas
Significa que ela cresceu cercada por hábitos alimentares que colocavam à mesa do dia a dia pratos como kafta, tabule, falafel, esfirra, quibe frito e cru e carneiro assado com molho de hortelã.
Mas o gosto pelas panelas nem sempre esteve correndo nas veias. "Descobri que a cozinha estava em minha essência com o restaurante. Diria que nasceu em mim não só a cultura de uma culinária, mas a cultura de um povo", afirma Elizabeth, que conta com a sociedade do filho Carlos e do amigo Adson Santana.
"É como se eu tivesse, na família, a função de resgatar, absorver e difundir a cultura do meu povo para o público", acrescenta a empresária, que expõe sua reverência ao mundo árabe na decoração minimalista do ambiente.
Mas, além de um narguilé, um painel com fotos de família e uma obra retratando uma mesquita, há também um quadro com a imagem de Iemanjá. Coincidência ou não, o restaurante foi inaugurado justamente no dia 2 de fevereiro. "Acho que foi ela quem escolheu a data", diz Elizabeth, revelando que também está conectada com a cultura da Bahia, terra onde nasceu.
Ampliação
Os pratos típicos dividem o bufê com algumas opções corriqueiras no menu de restaurantes por quilo da cidade, como saladas e grelhados. Uma pena, porque as receitas árabes são suficientemente saborosas para reinar absolutas na casa, que por enquanto funciona apenas para o almoço, com capacidade para pouco mais de 30 pessoas.
A necessidade de agradar a um público mais amplo também levará os sócios a arriscar uma proposta diferenciada para o turno da noite, de olho em quem procura pouso para a happy hour ou jantar casual.
Um forno de pizza já está instalado em uma área reservada do restaurante, que vai ganhar uma ampliação em breve, aumentando a capacidade de público em cerca de 15 lugares.