Fumeiro Imperador é a aposta do Armazém 25
Já dá para dizer que o Comida di Buteco fincou raízes no calendário de Salvador. Afinal de contas, a edição que começa amanhã é a oitava a ser realizada na capital baiana.
Também já não surpreende dizer que são 31 bares disputando a atenção do público durante o período de apenas um mês. A experiência de botequeiros profissionais prova que, sim, é possível dar conta dessa missão.
Este ano, o inusitado pode estar nos resultados do uso do ingrediente obrigatório. Realizado simultaneamente em 20 cidades brasileiras - cerca de 470 botecos, portanto - o concurso impôs como condição a utilização de frutas nas receitas.
Identidade
A escolha não foi por acaso. O trabalho do pesquisador Gil Felipe Gonçalves Miranda, um dos botânicos mais importantes do Brasil, está entre as ferramentas que serviram de lastro para a pesquisa prévia que resultou nessa aposta.
"Precisávamos de um tema que tivesse abrangência nacional, mas com possibilidade de apropriação regional. E percebemos que a fruta é algo que demarca muito a identidade", reforça Maria Eulária Araújo, uma das sócias.
Ela esteve em Salvador ontem, durante o lançamento oficial do evento, no Espaço Cultural Belvedere da Lapinha. O bar é um dos sete novos concorrentes deste ano e entra na disputa com o prato Ô, lá em casa!, uma combinação de escondidinho de carne seca com banana e pirão de aipim.
Voto popular
Também estão debutando o Armazém 25 (Vila Laura), Crisana (Canabrava), Boteco do King (Saboeiro), Mistura Perfeita (Nazaré), Canana do Camarão (Itacaranha) e Point do Camarão (Plataforma).
Para estes, será o momento de começar a se acostumar com o julgamento do público, que registra em uma urna sua avaliação não apenas do tira-gosto (sabor, apresentação e criatividade), mas também da higiene, atendimento e temperatura da bebida. Além do voto popular, os botecos recebem notas de um júri formado por especialistas.
Para conquistar, as casas investem em pratos variados à base de ingredientes como costela de porco, camarão, carne de fumeiro, codorna.
Entre as frutas, o abacaxi é o campeão. Mas o cardápio também reserva espaço para manga, laranja, morango, banana, coco, caju e maracujá. Bem menos comuns, biribiri e pequi também dão o ar da graça.
As frutas geralmente são utilizadas in natura e apenas como acompanhamento ou decoração - não há impedimento, desde que seja comestível. Mas alguns botecos optaram por incrementar a preparação, transformando o item obrigatório em coulis, molhos, purês e até farofa.