Você se senta em uma daquelas mesas de plástico dos botecos e manda descer uma "loira estupidamente gelada". Mas já começou errado. Pelo menos para os adeptos da cultura cervejeira, nicho que já conta com certa expressividade no Sul/Sudeste do Brasil, mas que no Nordeste só agora experimenta uma relativa expansão. "Uma coisa é beber cerveja e outra é degustar", diferencia o respeitado mestre cervejeiro alemão Leonhard Resch, para quem a temperatura ideal de resfriamento da bebida não deve ultrapassar os cinco graus centígrados.
Em São Paulo na semana passada, a convite do Grupo Petrópolis, para participar do Degusta Beer & Food, feira de cervejas realizada de 15 a 18 de julho, no Centro de Exposições São Paulo Expo, Resch conhece como poucos a respeitada tradição alemã do fabrico de cerveja. Para se ter ideia, ele faz parte da equipe que lidera a produção da Weltenburger, a cerveja de monastério mais antiga do mundo, produzida desde 1050.
A boa nova é que esta notabilíssima cerveja está chegando com tudo na Bahia e em todo o Nordeste. Ela faz parte de uma estratégia do Grupo Petrópolis - única cervejaria do mundo credenciada a produzir as Weltenburger fora da Alemanha - de expandir para outras regiões do Brasil sua distribuição de cervejas especiais.
São três marcas ao todo - além da Weltenburger Kloester, há a Petra e a Black Princess, esta última apreciada pela família real nos tempos do Brasil Império -, divididas em 11 rótulos, dos quais seis foram escolhidos para este investimento no mercado nordestino. "O mercado hoje cresce muito neste segmento das cervejas especiais", diz Eliana Cassandre, gerente de propaganda do grupo que possui fábrica em Alagoinhas e produz a Itaipava.
"Atualmente, nossas marcas estão presentes em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro e agora temos esta abertura para o Nordeste, para conhecer este consumidor".
De acordo com as pesquisas da companhia, este público alvo está na faixa dos 25 aos 45 anos e pertence às classes A, B e C. "São consumidores em busca de experiência, que consomem as especiais uma vez por semana ou para celebrar alguma coisa", explica Eliana.
Cervejas e harmonizações
Da família Weltenburger Kloster, os rótulos que chegam por aqui são Barock Dunkel, cerveja cremosa, aromatizada e de malte escuro; e Hefe-Weibbier Dunkel, escura de trigo, com sabor encorpado. De teor alcoólico 4,7%, a Barock harmoniza bem com carnes, ossobuco com polenta, fondue e queijos. A Hefe-Weibbier, 5,3% de álcool, com salmão defumado, ceviches, conflit de pato, saladas e queijos.
A Petra vem nas modalidades Schwarzbier, cerveja Premium do tipo forte e preta, que harmoniza com carne suína, massa, queijos salgados, batata e pizza (6,2% de álcool); e Weiss Bier, clara, de trigo, que vai bem com frutos do mar, salsichas e pratos alemães (teor 5,2%).
Criada em 1882 e um dos segredos mais bem guardados da nobreza no Brasil, a Black Princess chega ao Nordeste nos rótulos Gold, clara do tipo Pilsen, perfeita para acompanhar pratos como vitela, cabrito, culinária japonesa, queijos leves e aperitivos (4,7% de álcool); e a escura premium, tipo lager (teor 4,8%), que acompanha bem queijos finos, feijoada, massas e até sobremesas com chocolate e morango.
(*) O jornalista viajou a convite do Grupo Petrópolis