Espetinho do Bakkana estreia no evento com o prato Boa Vista
O boteco, presente em qualquer esquina de cada cidade do país, é um elemento característico da identidade brasileira. Em meio a grandes franquias de barzinhos, o negócio familiar se destaca pelo bom atendimento e qualidade da comida.
Valorizando essa particularidade, o Comida di Buteco dá início ao concurso que vai escolher o melhor boteco do país. Trinta estabelecimentos participam da nona edição em Salvador, que começa nesta sexta-feira, 15, e segue até 15 de maio.
A novidade desse ano é que o concurso agora é nacional. Quinhentos participantes de todas as regiões competem nos quesitos tira-gosto (sabor, apresentação e criatividade), higiene do local, atendimento e temperatura da bebida. A etapa final, com os campeões de cada cidade, acontece no Rio de Janeiro, em 5 de julho.
"O Rio foi escolhido porque, além das Olimpíadas, a cidade é o berço dos botecos. Tem uma questão histórica envolvida", explica a organizadora do evento, Ariani Pavan. Ela conta que, por abraçar todo o país, a edição desse ano não definiu um ingrediente obrigatório para o tira-gosto. "O tema é livre para não favorecer nenhuma região. Se escolhessem o queijo, iria beneficiar Minas, por exemplo". Os petiscos terão o preço-padrão de R$ 25,90.
Os botecos participantes costumam seguir um perfil específico de negócio. "A principal característica é o dono estar à frente dele. O que chamamos de boteco instantâneo. Aquele que o dono acorda, faz as compras, atende os clientes e comanda o resto. As grandes redes não são convidadas. A gente prefere dar valor às histórias familiares", relata Ariani.
Melhor tempero
Em Salvador, o campeão do ano passado foi o Caranguejo do Pascoal, com o prato Ôxe, Mainha!, feito com filé de camarão defumado e creme de aipim ao leite de coco. O boteco, que também venceu o concurso em 2014, investe este ano no prato Sonho Meu!. Uma torta de carne de sertão com quatro queijos servida com cremes de azeitonas e arribassaia.
Jorge Mario, proprietário do Caranguejo do Pascoal, conta que a visibilidade do boteco está muito maior desde a primeira participação no concurso, em 2012. "A clientela que a gente tinha era fiel, mas não era grande. Agora, eles são mais exigentes, por isso melhoramos bastante a qualidade e dobramos o movimento". Ele explica ainda que é importante fazer as mudanças no negócio, mas sem perder a essência e os pratos tradicionais. "Essa é a proposta do concurso".
O Comida di Buteco ajuda a aumentar o público e a visibilidade dos participantes. Ariani comenta que não há uma relação comercial com os botecos. "Com o aumento do público, há aumento do faturamento e expansão dos negócios. Há uma transformação social e a nossa missão é transformar vidas através da cozinha de raiz", assegura.