Kurt apresenta a batata suíça, tradicional na culinária do país
França e Suíça se enfrentam, nesta sexta-feira, 20, às 16h, no gramado da Arena Fonte Nova, e até especialistas dividem opiniões sobre quem leva a melhor no confronto.
Mais tradicional, a França é favorita e conta com jogadores fortes. Enquanto isso, a Suíça vem 'pelas beiradas' e, mesmo não sendo conhecida, pode render boas surpresas.
Se trocarmos esse duelo de lugar - mais especificamente, a cozinha - a situação se repete. Pouco familiar ao brasileiro, a culinária suíça pode atrair pela simplicidade, enquanto a francesa, de grife, é considerada uma das melhores do mundo.
Suíça com dendê
De frente para o mar do Porto da Barra, o restaurante Tudo Azul reflete bem a simplicidade e low profile do país. O dono, Kurt Albert Müller, é um brasileiro de Porto Alegre, filho de pai suíço e mãe russa (descendente de alemã!) e viveu 35 anos na Suíça antes de escolher Salvador como novo lar.
Ele defende a gastronomia do país e garante que não fica devendo. "A Suíça é o primeiro país a desenvolver uma culinária multinacional, porque absorveu influências da Itália, Alemanha, Áustria e França", disse.
No cardápio, nada de queijos, chocolates e fondues: os carros-chefe são a batata suíça e o salsichão, e, para acompanhar, uma cerveja de trigo. "Não tem como colocar o fondue no cardápio, porque aqui é muito quente. Fora que não é sempre que o fornecedor tem o queijo que eu gosto", explicou.
Assim como a seleção, o restaurante tem algumas cartas na manga para surpreender. Especialista em cozinhar para estrangeiros, Kurt oferece uma moqueca que, segundo ele, não faz turista nenhum passar mal.
"Minha moqueca é especial, porque leva menos dendê e não tem coentro. Para o europeu isso é ótimo, porque eles acham que tem gosto de sabão", diz, aos risos. Para o placar, Kurt é cauteloso e aponta um 1 a 1. "A França é favorita, mas a Suíça está jogando bem", disse.
França, sem roubar
Dono do Taboada, o francês Bertrand Feunteun acha que a França não tem um grande adversário - pelo menos na cozinha. "Os grandes chefs suíços viajam à França para aprender a cozinhar. Nossa cultura em gastronomia é muito forte e começa ainda na infância", explicou.
Bertrand elege o boeuf bourgignon como o prato mais tipicamente francês - não por acaso, é um dos mais pedidos no restaurante. Ele explica que o segredo está no molho, a base da escola francesa.
"O forte é, mesmo, o molho. Demoro muito para fazer, a cozinha é paciência", disse. E paciência é, para Bertrand, a arma da França - agora, em campo.
"Em 1998, chegamos de fininho e eliminamos o Brasil. Os brasileiros encheram o saco dizendo que foi roubado. Para não correr o risco, coloquei aqui as duas bandeiras e vou torcer para o Brasil se a França perder".
Bertrand vai ao estádio e aposta em 3 a 1 para a França. Mas, mesmo se as seleções decepcionarem, o torcedor já sabe onde se ir para afogar as mágoas e acalmar o estômago.