No tititi da política os aliados de ACM Neto insistem e persistem na conversa de que PP ou PR, ou os dois, iriam romper com Rui Costa para engrossar as fileiras da oposição. Do ponto de vista dos baianos, nenhum sinal disso. A questão seria federal. Do PR se diz que o partido abraçaria o deputado federal Ronaldo Carletto, que é do PP e tem vontade de disputar o Senado.
Com a palavra José Carlos Araújo, presidente estadual da banda baiana do PR:
— Neto está em busca de aliados, é normal, mas comigo nunca falaram sobre isso. Até porque, se eu for, o meu povo não vai. Não há uma motivação forte.
Leão e leoa — Michel Temer não atrai ninguém por razões eleitorais. Os aliados dele lá estão pelas benesses do poder e isso PP e PR também têm. Então, qual seria a razão do rompimento cá?
No caso do PP, se diz que o partido tem promessas de alianças com o DEM em vários estados do Brasil, com uma condição: que o segmento baiano passe a apoiar ACM Neto. Com a palavra, Leão:
— Peça a quem diz isso que aponte uma só liderança federal do PP que esteja com esse tipo de conversa. Não tem. Eles estão como aquele cidadão que vê uma mulher bonita e admira, admira e acaba ficando só na vontade. Eu sou como estaca de aroeira, não dobro.
Cá para nós, por esse tipo de analogia, convenhamos, Leão virou uma leoa.
Satanás, o que paga promessa
Milton Cerqueira (PTN), ou Milton Satanás (apelido dos tempos de infância, quando jogava bola), o prefeito de Almadina que assumiu dizendo que com o dinheiro do salário (R$ 9 mil) faria uma casa por mês para dar a pobres, vem cumprindo o que disse:
— Eu já deveria ter feito 14 casas e só fiz 10. Deu uma chuvarada lá e atrapalhou. Mas este ano eu zero tudo.
Ele completa o custo da casa com a Prefeitura.
O vanádio está indo bem
A canadense Largo Resources, que explora em Maracás a primeira mina de vanádio da América Latina, está comprando um novo forno para atingir a produção prevista de 5,1 mil toneladas por ano.
Diz o ex-prefeito Paulo dos Anjos que a experiência, iniciada ano passado, é bem sucedida. O vanádio é um minério extraído do ferro. É um aço inoxidável fino, para a fabricação de equipamentos cirúrgicos.
O petróleo é nosso, de novo
O deputado Rosenberg Pinto (PT) articula a formação de uma frente baiana, suprapartidária, em defesa dos interesses petrolíferos da Bahia, que segundo ele, estão sendo detonados pela política do governo para o setor:
— A refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, trabalhava a 98% da sua capacidade de refino, hoje trabalha a 51%.
Ele diz que Rui Costa vai reunir os prefeitos da área do petróleo nos próximos dias.
Nas terras de Cabral , a justiça está meio caolha
Zeca Pataxó, o cacique que é secretário de Assuntos Indígenas em Santa Cruz de Cabrália, onde foi celebrada a 1ª Missa no Brasil, cita um fato instigante: na Costa do Descobrimento há uma série de construções irregulares que agridem não só o meio ambiente, mas também o patrimônio histórico, como grandes barracas nas praias. O Iphan nunca viu. Pertinho de Coroa Vermelha o mar já comeu quase a metade da pista e o DNIT nunca viu.
Mas Iphan e DNIT viram no monumento da primeira missa, um dos locais mais fotografados da área, uma agressão ambiental e a justiça ainda condenou o ex-prefeito Bahiano a pagar R$ 50 mil por dano moral. Parece piada mesmo. Onde já se viu estátua estragar meio ambiente?
POLÍTICA COM VATAPÁ
Moderno e arcaica
Essa vem da lavra de Sebastião Nery.
Tancredo Neves, já aos 72 anos, disputou o governo de Minas Gerais em 1982 contra o moderno Eliseu Resende, então com 57 anos, que chegou no horário eleitoral e começou a estrilar uma linguagem supostamente na moda para deixar evidenciado, com pretensa sutileza, a diferença.
— Posso afirmar que nossa campanha e nosso governo serão um barato. Vamos fazer um governo joia, porque a vitória, com certeza, vai pintar!
José Aparecido de Oliveira, companheiro de longas datas de Tancredo, procurou o amigo:
— Viu o Eliseu?
— Vi.
— O que achou?
— Virou ‘punk’ e esqueceu de falar para a maioria. Político para ser político tem que começar logo falando em Deus.
— Ora, Tancredo... Reza de comício não chega nem ao telhado.
— E nem é preciso. Basta chegar aos ouvidos do povo. É daí que sai a graça pretendida.