João Gualberto: ‘Até agosto nós temos tempo de sobra’
Zé Ronaldo (DEM) se atira em campos ligando para Deus e o mundo pelo interior afora e já fez algumas viagens, enquanto João Gualberto (PSDB), mais retraído, gasta o tempo com entrevistas em rádio e afins. Nem por isso é menos candidato. Como diz o próprio, a questão é de estratégia:
– Ronaldo está partindo para cima das lideranças, eu prefiro outro caminho. Falar numa rádio, por exemplo, você atinge bem mais gente. Esse negócio de ficar procurando prefeitos faz mais espuma, mas a eficácia é duvidosa.
E os deputados que fazem pressão pela união entre os dois logo?
Segundo Gualberto, a pressão é maior dos estaduais, uma vez que os federais contam com as emendas, o que dá uma boa folga nas pressões:
– É isso que pega. Os deputados botaram na cabeça que um candidato só é melhor. E ninguém me deu uma explicação por que isso seria melhor. Se fosse ACM Neto, óbvio, seria diferente. Mas, na situação em que estamos, não vejo isso.
Ele diz que se Neto, com o peso que tem, conseguir fazer um chapão, reunir todos os partidos de oposição no mesmo barco, aí inviabiliza uma das duas candidaturas.
– Temos tempo de sobra. O prazo das convenções é entre 20 de julho e 5 de agosto. Mas é bom ressalvar que em vários estados a oposição ainda não sabe quem é o candidato. A confusão é geral, não é só na Bahia.
Eficácia só com políticos
De Olindina, onde foi prefeito, o deputado Aderbal Caldas (PP) vive a se queixar que bandidos explodiram os caixas do Banco do Brasil e até hoje, quase um ano depois, a agência não voltou a operar normalmente.
– Mas quando se trata de arrochar os políticos, a coisa muda. Se impusessem aos delinquentes as restrições que fazem aos candidatos, com certeza a criminalidade cairia.
E o BB estaria aí.
Os faltosos da homenagem
A sessão especial da Assembleia anteontem à noite para e entrega do título de Cidadão Baiano ao mineiro Amauri Lima, superintendente do Dnit na Bahia, teve um aspecto bastante singular no ato solene.
Assinaram o documento pedindo a concessão do título seis deputados: Ivana Bastos (PSD), Ângela Souza, Eduardo Salles (PP), Zé Raimundo (PT) e Fabíola Mansur (PSB). Na hora do ato solene só tinha Ivana.
Prestígio federal
Curioso é que Amauri é do governo Temer, mas quem prestigiou a festa foi todo mundo da base de Rui Costa aqui, embora com os imbricamentos federais.
Se os autores baianos da homenagem se descuidaram, outros nem tanto. Lá estavam os deputados federais Cacá Leão (PP), José Rocha (PR), Zé Carlos Araújo (PR), João Carlos Bacelar (Podemos) e Daniel Almeida (PCdoB). Parece que o prestígio.
Leão: ‘Se for mulher, que seja D. Eleusa Coronel’
Na festa de Amauri, além dos deputados, teve também o vice-governador, João Leão, que causou sensação ao discursar.
Ele desfilava um longo rosário de elogios a vários que julga merecê-los, quando Ângelo Coronel (PSD), presidente da Casa, bradou:
– Me inclua nisso aí!
E Leão:
– O senhor já está. Aliás, falam que a outra vaga de senador na chapa de Rui deve ser ocupada por uma mulher. Pois, se for mulher, que seja D. Eleusa (Coronel). Você será o primeiro-damo.
A referência de Leão a mulher na chapa é com a senadora Lídice da Mata, que briga pelo espaço para tentar a reeleição.