Ronaldo, segundo os aliados, está ‘ficando competitivo’
Aliados de Zé Ronaldo (DEM) aos poucos vão se curando das bordoadas de abril e externando expectativas de esperança. As pesquisas internas mostram que ele ainda não pontuou com dois dígitos, mas está indo bem.
Ronaldo tem um alvo imediato: incorporar os 30% do eleitorado que é antipetista carimbado (a recíproca é verdadeira, ressalte-se). E batalhar a conquista dos 40% que não têm lado.
Evocando 2006 — Alguns, como o deputado Pedro Tavares (MDB), evocam o precedente de 2006. Na época, Paulo Souto, governador bem avaliado disputando a reeleição, perdeu para Jaques Wagner, que um ano antes estava lá por Brasília e ninguém falava por aqui.
Lógico que não é bem assim. Em 2006 Wagner tinha Lula no auge pedindo voto para ele na televisão. Cadê o cabo eleitoral televisivo de Ronaldo? Rui Costa tem Lula na cadeia, mas mesmo assim um bom cabo eleitoral, e Ronaldo, se é que Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, que, ao que parece, mais precisa de ajuda do que pode ajudar.
Óbvio que o cenário federal de hoje influencia pouco ou nada, mas referências em matéria de lideranças expressivas fazem falta. Que os aliados de Ronaldo bradem o ‘vamos em frente’ em tom de otimismo faz parte. Mas ele ainda tem alguns nós entre possíveis aliados a desatar. Um dele é João Gualberto, o pré-candidato do PSDB. Ele quer votos para Geraldo Alckmin. Vai ter?
Boipeba quer ser Boiporã
Moradores da Ilha de Boipeba, em Cairu, estão brigando com a Globo nas redes. A queixa: na novela Novo Sol, recém-lançada, a ilha fictícia chama-se Boiporã e não Boipeba, como gostariam. O folhetim seria filmado lá, mas a Globo mudou para o sul baiano, algumas cenas em Canavieiras, outras em Trancoso e na Praia do Espelho, em Porto Seguro.
Os queixosos dizem que para completar, quando se referem a Boipeba, falam em Valença, nunca Cairu.
Luciano pede independência
Lógico que o veto de Rui Costa ao projeto que obrigava o estado a remunerar advogados dativos não deixou o autor, o deputado Luciano Ribeiro (DEM), satisfeito, mas ele diz ainda ter uma esperança:
– Vamos instigar os colegas a mostrar que essa casa é independente.
A independência seria derrubar o veto, algo muito difícil. Afinal, a Assembleia é um poder independente com largo histórico de dependência.
Como a santa, dizendo amém
Queixando-se ontem da dificuldade que os municípios estão atravessando, Vanderlei Caldas (PP), prefeito de Olindina, no nordeste baiano, diz que os repasses sempre caem e a gritaria dos colegas dele não tem sido ouvida:
– Estamos como Nossa Senhora no altar, com as mãos cruzadas dizendo amém.
Olindina tem como principal receita o repasse do FPM, hoje em R$ 1,5 milhão, 20% a menos que 2015.
Paulo Dapé foi absolvido pelo júri. Fez-se justiça?
Ronaldo Santana era um radialista daqueles que atacavam todo mundo de todas as formas. Um dos alvos dele em 1997 era o então prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé.
Ele trabalhava na Rádio Jornal FM, que pertencia ao ex-deputado José Ramos, aliado do ex-prefeito Gediel Sepúlveda. Em 9 de outubro de 1997, foi assassinado.
Suspeito: Dapé, em meio a intenso tititi que rememorava todos os desafetos da vítima.
O caso foi julgado ontem, 21 anos depois Dapé e outros três acusados, na época auxiliares dele na prefeitura, foram absolvidos ontem no júri lá realizado desde segunda.
A pergunta: depois de tanto tempo, fez-se justiça? Da Justiça Dapé se livrou. Da dúvida, não.