Memes se multiplicam nas redes, apostando no humor
Nestes tempos em que grudar no celular e caminhar sem ligar mais para nada virou epidemia, as redes sociais ganharam uma força nunca vista. Ainda não decisiva, como em outros países, mas já mostrando as unhas.
O consenso entre os marqueteiros: as redes sociais vieram para ficar, mas ainda estão na infância. O rádio e a tevê ainda dão as cartas.
De fato, nos primeiro dias da propaganda eleitoral gratuita (para os políticos, quem paga é a gente), as diferenças são muito bem explícitas. Nas propagandas, especialmente nas inserções comerciais, cada um dá o seu recado da forma mais convencional, na tradição fala para todos ouvirem.
Anarquia — Já nas redes a anarquia é geral, sem chefe, sem estilo, sem regras, tipo vatapá no ventilador.
Elas absorvem as propagandas convencionais, tipo santinhos, mas entra tudo, de todos, simultamente, e também o lixo, memes com ataques de todos os lados, como na foto de um grupo de presidiários reunidos, que diziam tratar-se do primeiro comício de Lula.
Claro que a criatividade tem cadeira cativa. As redes nasceram em 1997, ainda são coisa nova, e o lixo veio com os usuários, temperado com novos tipos de crimes, a exemplo das fake news e outros, o de gente que ganha para distribuir elogios gratuitos a candidatos e produtos. É o futuro chegando. Dizem que 2020 será pior.
Maetinga, um caso diferente
O último Censo no Brasil foi em 2010, oito anos atrás. O que o IBGE fez agora foi uma estimativa. Daí é que produziu um milagre: dos 308 municípios brasileiros que têm mais eleitores do que moradores, cinco são baianos: Maetinga, Serra Preta, Lajedão, Potiraguá e Ribeirão do Largo. Maetinga é um dos campeões nacionais. Lá, a população é de 4.456 e o número de eleitores 6.736. É a típica conta que não fecha.
Eures acha o IBGE injusto
Aliás, é por conta de tais estimativas que o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), também prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro, esperneia e promete judicializar. Segundo Eures, na Bahia, 52 municípios diminuíram de população. Isso com base numa projeção do Censo de 2010, e de lá para cá muita coisa mudou na Bahia:
— A receita do município é calculada por habitante. Menos gente é menos dinheiro.
Alckmin perde lá, preocupa cá
Pesquisa do Instituto Paraná divulgada anteontem revela que na corrida presidencial em São Paulo Bolsonaro tem 21,9%, Lula 21,8% Geraldo Alckmin 14,9. A notícia deixou o tucanato baiano, que tem a esperança de ver o candidato embalar para ajudar Zé Ronaldo cá, preocupado. A questão: Alckmin já foi governador de São Paulo quatro vezes e isso que a pesquisa mostra não deveria estar acontecendo lá.
No eleitorado da Bahia, 785 mil se dizem analfabetos
Dos 10.393.170 eleitores baianos aptos a votar nas eleições deste ano, 785.596, ou 7,56%, um dos maiores percentuais do Brasil (o nacional é de 43%), é de analfabetos, daqueles que muito mal assinam o nome.
Um deles é J.H.P., morador de Canabrava, 37 anos, borracheiro de ofício, que segundo o próprio, vota há mais de 15 anos.
E alguma coisa já mudou na vida dele depois que passou a votar?
— Sim. Eu comprei uma televisão nova com o dinheiro que ganhei na eleição de 2012.
— Lhe pagaram para você votar?
— Não, foi pintando muro, colocando placas e cartazes. Mas para trabalhar nisso eles sempre pedem o título.