colunalevi@gmail.com | Fotos: Margarida Neide | Ag. A TARDE
A briga pela segunda vaga no Senado, a rigor, ainda está indefinida
As surpresas que as urnas sempre provocam, a julgar pelas pesquisas até agora divulgadas, vão ficar para o varejo, com favoritos não eleitos para deputado e as zebras. Mas o melhor está na briga pela segunda vaga no Senado, a rigor, ainda indefinida.
Quem leva, Ângelo Coronel, um desconhecido da maioria com apoio da força de um governador (Rui Costa) bem avaliado e favorito na reeleição, ou Irmão Lázaro, um cantor ancorado na sua popularidade de artista?
No comecinho da campanha uma pesquisa interna da banda governista revelou que 53% dos baianos nunca ouviram falar em Ângelo Coronel, apenas 77% já tinham ouvido falar e 30% conheciam. Para disputar uma majoritária estadual, pouquíssimo competitivo, mais para poste, até porque conhecer não quer dizer gostar, muitíssimo pelo contrário.
Jutahy
Na banda da oposição, Irmão Lázaro, deputado federal, ex-Olodum, hoje evangélico e cantor gospel, com oito milhões de seguidores nas redes sociais, por isso vice-líder nas pesquisas. Na largada da campanha, oposicionistas diziam até que ele poderia passar Jaques Wagner. Não está dando.
Muito menos para Jutahy Júnior, que era o terceiro e passou para quarto. O Ibope apontou que 31% não sabem em quem votar, o que quer dizer que o jogo está em aberto, mas, convenhamos, se Lázaro ou Jutahy ganhar, não será vitória, será um fenômeno.
A vingança de Alan Castro
Filho de Cruz das Almas, o deputado Alan Castro (PSD), que também é médico, não gostou nem um pouco de ver as principais lideranças da terra lhe negarem apoio para reeleição.
O prefeito Orlando Peixoto (PT) apoia Robinson Almeida (PT); o vice Max Passos (PP) apoia Eduardo Salles (PP); e ele ficou só.
Mas promete se vingar. Articulou um grupo e diz que em 2020 ou se lança candidato a prefeito ou lança alguém.
Mourão, mais um gol contra
Aliados de Jair Bolsonaro na Bahia não gostaram da fala do general Hamilton Mourão (PRTB), o vice dele, em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, quando disse que o 13º salário era uma jabuticaba nas costas dos empresários.
Os insatisfeitos dizem que ele fez um gol contra, já que a ideia é ganhar as simpatias da maioria. Mas entre os bolsonaristas tem os que defendem. Dizem que isso já está sendo posto com clareza.
Pois é. E vota quem quer.
Lajedinho, duplo sofrer
Palco de uma tragédia em dezembro de 2013, quando uma tromba d’água destruiu a maior parte da cidade e matou 17 pessoas, Lajedinho ainda espera a ajuda à época prometida em profusão.
Diz o senador Otto Alencar (PSD) que a maior parte das obras foi feita, mas a dragagem do canal do rio, importante para evitar novos desastres, travou:
– Temer prendeu o dinheiro da dragagem. Vamos esperar Haddad.
Orlando, o governadorável do PCO, o último da fila
Com sete segundos de televisão, menos de R$ 50 mil para fazer a campanha, Orlando Andrade, do Partido da Causa Operária (PCO), é um dos sete candidatos ao governo baiano, mas nem parece. É o único excluído de debates e entrevistas.
– A gente sabe como funciona a máquina. A burguesia controla os meios de comunicação, nos tira o espaço.
Ontem Orlando estava fazendo campanha em Feira de Santana, terra dele, conforme o próprio faz questão de frisar, filho da Rua Nova, um bairro ‘antigo, pobre e negro, a Liberdade feirense’, apoiando o ‘Caruru do Protesto’, promovido por professores da Uefs:
– Nossa luta é contra golpes, como o da reforma trabalhista.