Levi Vasconcelos | colunalevi@gmail.com | Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE
Coronel, rindo à toa: ‘Cheguei aonde nunca imaginei’
Ângelo Coronel (PSD) sempre disse que nunca pensou em ser presidente da Assembleia, muito menos senador. Caso não fosse candidato, já estava decidido a pendurar as chuteiras após seis mandatos de deputado estadual, depois de ter iniciado a carreira como prefeito de Coração de Maria, região de Feira de Santana. E no início da campanha brincava:
– Quero ver se o povo vai me mandar para Brasília ou de volta para Coração de Maria.
Vai para Brasília e diz que quando lá chegar já sabe o que fazer: focar o mandato em duas questões, municipalismo e segurança.
Com o prefeito
Coronel é direto na questão municipal, segundo ele, a cada dia com mais atribuições e menos dinheiro:
– Não gosto de falar em Pacto Federativo porque ninguém sabe o que é. Mas queremos a redefinição da partilha do bolo tributário. O Congresso vai ter que ter a coragem de atacar. E atacar na fonte. Quando alguém toma uma topada e cai, não procura o governador ou o presidente. Procura é o prefeito.
Coronel diz também ser a favor de um combate ostensivo contra o narcotráfico, segundo ele, razão principal da insegurança pública galopante, como se vê hoje:
– Não entendo como o Brasil, com 17 mil quilômetros de fronteiras terrestre, só monitora 4% via satélite. São apenas 600 quilômetros, no conjunto, nada.
Nesse ponto parece que ele pensa como Bolsonaro.
Camaçari fica sem estadual
Com a desistência da deputada Luiza Maia (PT) de disputar a reeleição e a derrota do deputado Bira Coroa (PT), que ficou na segunda suplência, Camaçari deixou de ter deputado estadual.
José Tude (DEM), prefeito três vezes e hoje vice, deu chabu. Dos 28.431 votos que teve, apenas 14.456 foram lá. Derrota para o prefeito Antônio Elinaldo (DEM), que tem no calo Luiz Caetano (PT), deputado federal reeleito, com 39.616 dos 123 mil votos lá.
Otto: 'Neto vingou o avô'
Diz o senador Otto Alencar (PSD), fazendo paródia com o resultado das eleições, que ACM Neto vingou o avô de forma impecável:
– Todo mundo que brigou com o velho ACM ele derrotou. Benito Gama, velha briga, perdeu, também perdeu José Carlos Aleluia, outra briga, e Antônio Imbassahy. Isso é que é saber se vingar.
Entre amigos, os derrotados tributam o insucesso aos problemas da desistência de ACM Neto.
Carlos Martins, o primo pobre
Em momentos de descontração, petistas baianos fazem gozação com Carlos Martins. Explicando: Wagner, Rui Costa e Martins formavam o trio que lá atrás (anos 70-80) dava as cartas no Sindiquímica.
Wagner foi governador duas vezes, é senador eleito; Rui é governador reeleito; e Martins não ganha uma. Tentou a prefeitura de Candeias, perdeu. E agora para deputado federal teve minguados 32.666 votos.
Colbert quer saber de Jucá como fica o MDB baiano
Colbert Martins, prefeito de Feira de Santana, não gostou nem um pouco da forma como João Santana foi rifado da presidência do MDB e esta semana vai a Brasília procurar o senador Romero Jucá, para perguntar como é que vai ficar. O deputado federal Lúcio Vieira Lima, que não se reelegeu, é quem dá as cartas: vai continuar dando?
– Ficou um negócio assim, sem consultar ninguém... Nem eu, nem Herzem Gusmão (Vitória da Conquista), nem o Rodrigo Hagge (Itapetinga), nem o Adriano Lima (Serrinha), os prefeitos dos municípios mais importantes.
O MDB, que só tinha Lúcio como deputado federal, em 2014 elegeu cinco estaduais, agora só tem um. Vai precisar, como a fênix, renascer das cinzas.